Simpósio de Carnaval: Mesa redonda marca o segundo dia de programação

Cultura
22/02/2017 12h30

“Um olhar sobre o carnaval de Aracaju no séc. XX”, esse foi o tema escolhido para discussão no segundo dia do I Simpósio de Carnaval de Aracaju, promovido pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).

Realizado no Centro Cultural de Aracaju, o debate teve como convidados a pesquisadora, Janaína Couvo, o criador do bloco rasgadinho, Manoel Leopoldo, a professora, Maria Isabel e um dos idealizadores do “Baile dos Artistas”, Kladston Santos. A mesa redonda que aconteceu na tarde desta terça-feira, 21, atraiu muitos curiosos que estavam atrás das histórias do início das festas carnavalescas da capital sergipana.

Escolas de samba, blocos, a exemplo do “Alma Perdidas” e os grandes bailes carnavalescos que marcaram a época foram pautas para o debate.

“Analisar os aspectos carnavalescos e suas peculiaridades é sempre uma forma de fortalecer a cultura e reavivar as nossas tradições. Através de uma pesquisa tive a oportunidade de conhecer como os aracajuanos comemoravam o carnaval desde o início do século XX. Quando recebi o convite da Funcaju para participar do debate eu fiquei emocionada em poder passar o que aprendi”, disse emocionada, Janaína Couvo, que pesquisa sobre os aspectos carnavalescos desde a finalização do seu curso de biblioteconomia.

Com o charme de cada pessoa envolvida na escola de samba, os desfiles realizados pelas avenidas em Aracaju contagiavam a todos. “Nós estávamos ali para fazer carnaval. Levar alegria para o povo de Aracaju. Era uma festa linda, que eu tenho orgulho em dizer que fiz parte”, observou Maria Isabel, que já participou dos desfiles das escolas de samba e também dos grandes bailes realizados naquela época.

Sofisticação e muita dedicação. Esses eram os incrementos utilizados pelos idealizadores dos bailes mais famosos do último século em Aracaju. “Tudo era produzido de forma organizada e com todo o cuidado, principalmente com as fantasias. O baile dos artistas era o momento de esbanjar o nosso charme, de viver. Era nos bailes que o povo se divertia e nós trabalhávamos o ano todo para obtermos um bom resultado no final”, lembrou Kladson Santos, idealizador do Baile dos Artistas.

Criado através de brincadeiras entre amigos em 1960, o rasgadinho tornou-se uma festa tradicional nos carnavais de Aracaju. “Hoje um grande evento. Lembro-me bastante emocionado como criamos o rasgadinho. Nunca tivemos a pretensão de tornar um grande evento, mas fico muito feliz em saber que durante todos os anos milhares de pessoas se divertem com o bloco que pude participar da criação”, relembrou Manoel Leopoldo.

Para o presidente da Fundação, Silvio Santos, o debate realizado reforça a ideia da criação do simpósio. “A ideia do simpósio é justamente beber um pouco da fonte do carnaval de Aracaju. Através do evento estamos realizando análises, principalmente para realizar projetos que preservem essa festa tão popular”, explicou.

O I Simpósio de Carnaval continua nesta quarta e quinta-feira. Confira a programação:

22/2/2017 – Quarta-feira
14h – Mesa Redonda: Blocos Percussivos no carnaval de Aracaju.  Gibaldo Souza Santos – Axé Kizomba, Pedro Mendonça – Burundanga, Tom Toy – Lateiros Curupira e Irivan de Assis – Quilombo.
16h – Exibição do documentário: “Guitarra Baiana, a Voz do Carnaval”.

23/2/2017 – Quinta-feira
8 às 12 horas – Oficina de confecção de máscaras carnavalescas.
14h – Mesa redonda: Carnaval de Aracaju: Qual o futuro que podemos construir?  Debatedores – Mércia Barreto – Rasgadinho, Gibaldo Souza Santos – Liga Oficial Sergipana de Blocos e Escolas de Samba e Edson dos Santos Liga Sergipana de Blocos Carnavalescos.
16 h – Primeiro encontro de tambores de Aracaju com os grupos: Axé Kizomba, Burundanga, Sucata Sonora, Quilombo e Lateiros Curupiras.