Corrida Cidade de Aracaju completa 34 edições

No dia 17 de março acontece uma das corridas mais charmosas do Norte/Nordeste. É a corrida Cidade de Aracaju, que neste ano chega a sua 34ª edição e faz parte das comemorações dos 162 anos da capital sergipana. A prova já é uma tradição e atrai corredores de todos os lugares e de todas as idades.

Quem bem conhece o trajeto, o charme e história dessa corrida de rua é o maranhense radicado em Aracaju, Edvaldo Amorim, 61 anos, que participou da primeira edição e, desde então, já esteve 29 vezes na prova. "Eu cheguei aqui em 1983 e já comecei a participar da corrida. Aqui foi um marco. Achei o percurso grande, mas eu fui tentar e consegui completar o percurso", disse.

Nos principais jornais de Aracaju, durante o início e final da década de 1980, a corrida de rua, assim como os demais esportes, não recebia o mesmo tratamento do futebol. Hoje em dia, a corrida é destaque em diversos veículos de comunicação do estado e do Brasil, atraindo participantes de todo o país. A pouca divulgação de outrora mudou tanto que em 2011 a revista Contra Relógio considerou a corrida como umas das 20 provas imperdíveis pelo Brasil.

Edvaldo relembra alguns personagens que acabaram ficando conhecidos pelo desempenho na competição. "No começo, acho que não chegava a duzentos atletas participando. Eu recordo do Neguinho da Progresso, que corria muito, Tavares, era outro, e depois teve um de Alagoas que ganhou muitos anos aqui, em seguida foram aparecendo corredores a nível nacional", conta Edvaldo.

Trajeto

O trajeto, com subidas e descidas é o que aumenta a dificuldade da prova. Em sua 34ª edição, o evento terá três percursos, o tradicional de 25 Km, cuja saída será da cidade histórica de São Cristóvão, simbolizando assim a mudança da capital, além das opções de 5 e 10Km. O início está previsto para 16h para todas as categorias. Sendo que, no menor percurso, a largada é na avenida Desembargador Maynard, na altura do bairro América. Para prova de 10 km, o ponto inicial será a rótula de entrada do conjunto Eduardo Gomes. O ponto final de todas as provas será na praça Inácio Barbosa, mais conhecida como Praça do Mini-Golfe, em Aracaju.

Porém, durante a história, o percurso da corrida sofreu algumas alterações. "Como aconteceram algumas vezes o clássico entre Sergipe e Confiança, o término da corrida era no Batistão. Foi interessante porque chegamos e o estádio estava cheio e a plateia aplaudindo. Outra vezes foi na praça Camerino, houve também chegando no Parque Augusto Franco há muito anos, inclusive, alguns anos o percurso era pela BR porque na época não existia a rodovia João Bebe Água", relembrou o corredor.

Motivação

O percurso longo e cheio de desníveis não afeta a vontade de participar em cada edição. "O que me motiva é a dificuldade que ela tem. Por força da distância, o corredor tem essa prova como um marco. É uma prova essencial para que o corredor se consagre durante o ano. Existe uma lenda que diz assim: quem nunca correu maratona não é corredor. Eu digo que quem nunca correu São Cristóvão-Aracaju não é corredor. Essa prova é realmente um marco, é a maior do estado em todos os níveis, tanto de percurso, como de organização. É preciso muita perseverança, cautela, saúde, buscar sempre o equilíbrio e Deus. Temos que estar fisicamente preparados, mas o espiritual também é muito importante", enfatizou o maranhense.