Saúde da Mulher recebe atenção especial todos os dias em Aracaju

Saúde
08/03/2017 14h00

"Mais que celebrar o Dia Internacional da Mulher, 8, promover a saúde integral feminina todos os dias do ano por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando sempre melhorar a qualidade de vida é a nossa principal meta". Este é o pensamento do secretário municipal da Saúde, André Sotero, e o objetivo do Programa Saúde da Mulher, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

O programa que faz parte da Rede de Atenção Primária (Reap) da SMS visa garantir um atendimento integral dentro das necessidades sociais das mulheres aracajuanas e atua em conjunto com outros programas da secretaria, tendo como meta consolidar um modelo assistencial que atenda a mulher através da efetivação de uma linha de produção de cuidados que leve em conta a sua vulnerabilidade e os riscos a que está susceptível. "Fazemos um atendimento através da equidade, ou seja, dentro da necessidade de cada uma, como por exemplo, a idade, o grau de instrução, os locais em que moram, se há saneamento básico, porque podem surgir diversas doenças. Enfim, temos um olhar diferenciado para as necessidades de cada uma", explicou a enfermeira Cristiani Ludmila Borges, coordenadora do Saúde da Mulher.

Operando em quatro frentes de trabalho preconizadas pelo Ministério da Saúde, as ações do programa baseiam-se no planejamento reprodutivo e sexual; pré-natal; prevenção de câncer de colo de útero e de mama; além de ações em conjunto com outros programas em prol do combate a violência contra mulher. Para o planejamento reprodutivo e sexual temos a disponibilização de métodos anticoncepcionais (preservativo masculino e feminino, pílulas, injetáveis e DIU, além de vasectomia e laqueadura). No pré-natal ofertamos consultas com profissionais de diversas áreas, exames laboratoriais com material coletado nas Unidades de Saúde da Família (USFs), ultrassonografias e testes rápidos de HIV/AIDS e sífilis. Os exames de baixo risco são realizados nas próprias USFs e os de alto risco no Centro de Especialidades Médicas (Cemar) Siqueira Campos.

A prevenção do câncer do colo uterino é realizada por meio de consultas especializadas em ginecologia e exames papanicolau (lâmina). Em 2016, 11.720 mulheres entre 25 e 64 anos fizeram o exame. Já a prevenção do câncer de mama é feita por meio de consultas especializadas em mastologia e mamografias para mulheres a partir dos 40 anos.  Ainda em 2016, 5.190 mulheres entre 50 e 69 anos fizeram mamografias. "Estes são dados parciais do Ministério da Saúde. Mas precisamos aumentar estes números, as mulheres precisam fazer mais tanto o papanicolau como as mamografias, que são de fácil acesso na rede básica. É necessário diminuir o absenteísmo, quer dizer, as pessoas agendam os exames e não vão, faltam", alertou.

As ações em conjunto com outros programas em prol do combate a violência contra mulher são realizadas através de palestras, rodas de conversa e trabalhos educativos, que também tratam sobre prevenção de doenças, feminização das IST's/AIDS, além de imunização contra o HPV e outras doenças. "Fazemos um trabalho articulado tanto com outras áreas da saúde, como outras secretarias", enfatizou.

AIDS em mulheres aracajuanas

Outra preocupação do Programa é com a quantidade de mulheres na capital afetadas pelo vírus do HIV e pelas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's). Nos últimos cinco anos 288 mulheres de Aracaju na faixa etária de 30 a 39 anos foram diagnosticadas com a AIDS. Um dado relevante é que 100% destes casos foram transmitidos por meio de relações heterossexuais sem preservativo e nesse período 39 mulheres morreram devido ao vírus do HIV.

Os dados de 2016 apontam que para cada dois homens, uma mulher é infectada; a cada 100mil habitantes, 21 mulheres são detectadas com o vírus. Ainda no ano passado, 30 gestantes tiveram evidência laboratorial para HIV. "Destas, 21 foram antes do pré-natal, 9 durante o acompanhamento gestacional e nenhuma na hora do parto", informou Ana Carolina Miranda, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais.

Número de mulheres na capital

Em Aracaju, segundo dados de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria da população é composta por mulheres, são 54%. O número de residentes da capital sergipana é de 571.149 pessoas, sendo que 305.665 são do sexo feminino, enquanto que os homens são 265.484, ou seja, 46%.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2016 por uma revista de renome nacional, proporcionalmente, Aracaju é a terceira capital brasileira com mais mulheres em relação ao número de homens. "Por isso, e por outros fatores, é preciso ter uma política pública bem atuante para promover, cada vez mais, a saúde da mulher aracajuana", finalizou o secretário da Saúde, André Sotero.