Corrida Cidade de Aracaju: início do percurso retrata história e desenvolvimento

Agência Aracaju de Notícias
14/03/2017 15h00

O ponto de partida da Corrida Cidade de Aracaju fica localizado na região metropolitana da capital, em São Cristóvão. Fundada por Cristóvão de Barros em 1590, o município sergipano é a quarta cidade mais antiga do Brasil e foi a primeira capital do Estado. Essa titularidade estendeu-se até a transferência para Aracaju em 17 de março de 1855. Até hoje, é nesta data em que se realiza a corrida, percorrendo pontos importantes da cidade e simbolizando, com o trajeto, não apenas a mudança da capital, mas também a evolução e o desenvolvimento do município.

Os atletas se concentram na Praça São Francisco, no centro histórico de São Cristóvão. A praça é tombada como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), devido ao seu valor como documento histórico, paisagístico, urbanístico e sociocultural. Em seu entorno, possui construções dos séculos XVII e XIX, como o Museu Histórico de Sergipe, sendo o mais antigo, (inaugurado em 1960) e o  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Durante o percurso

Percorrido quase dois quilômetros após a largada, avista-se a entrada da sede da cidade, onde fica o Fórum Desembargador Gilson Góes Soares. Continuando o trajeto, os corredores enfrentam 15 km de extensão da rodovia João Bebe Água, repleta de ladeiras que tornam a prova ainda mais desgastante.

Em seguida, a corrida segue pelo povoado Cabrita e pelo conjunto Eduardo Gomes e a partir daí, já é possível avistar a cidade aniversariante. Na divisa entre os municípios está sediada a maior instituição de ensino superior do Estado, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), que fica no bairro Rosa Elze.

Terminando os 18 km, desde a Praça São Francisco até a avenida Marechal Rondon, os atletas passam por uma pequena ponte que liga Aracaju a São Cristóvão, situada nesta mesma via. A primeira fase da corrida está concluída, e a partir deste ponto restam apenas sete quilômetros para a linha de chegada, mas são muitos pontos históricos pelo caminho.

Entrada em Aracaju

Ao entrar em Aracaju, os atletas passam pela avenida Doutor José da Silva Ribeiro Filho, que separa os bairros Capucho e América, a sete quilômetros para o fim da corrida.

O nome do bairro Capucho é uma menção à Igreja São Judas Tadeu, também conhecida como Igreja dos Capuchinhos. Apesar disso, o templo religioso não fica localizado no Capucho e sim, no bairro América. A primeira edificação erguida foi o Terminal Rodoviário José Rollemberg Leite, em 1978, o único através do qual se fazem viagens interestaduais até hoje.

Em seguida, foram implantadas no Capucho a Secretaria de Estado da Fazenda (1982), o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) em 1986 e o Centro de Hemoterapia de Sergipe ou HEMOSE (1987). Nos anos 1990 foram erguidos o Centro de Referência da Mulher, Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), Complexo de Operações Especiais da Polícia Civil (COPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na década de 2000 foram implantadas a sede da Justiça Federal de Sergipe, Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e o Fórum Gumercindo Bessa do Tribunal de Justiça de Sergipe.

América

Seguindo o trajeto, é no bairro América onde os corredores enfrentam a última ladeira do percurso. A história do bairro começou em 1926, quando o Governo da época desativou a antiga cadeia pública e a transferiu para um presídio modelo. Para ficarem próximos dos parentes detentos, vários familiares foram construindo moradias em torno do novo presídio, e foi assim, involuntariamente, que o bairro surgiu.

Após a Segunda Guerra Mundial, a família judeu-americana Zuckermann comprou um amplo terreno na região e o loteou, assim, o nome do bairro e os logradouros foi dado por essa família numa alusão ao continente de origem, que levam os nomes de países do Novo Mundo e de personagens da história dos Estados Unidos da América.

Em 1960, um grupo de missionários italianos Capuchinhos começa a erguer no ponto mais alto do bairro a Igreja São Judas Tadeu com forte participação popular nas campanhas de contribuição. Em 1996, o bairro América foi o primeiro a implantar o módulo de polícia comunitária intitulada "Posto de Atendimento ao Cidadão" ("PAC"), uma parceria entre igreja católica, polícia militar e comunidade, que reduziu drasticamente os índices de violência. Somente em 2007, a penitenciária modelo é definitivamente desativada e hoje funciona uma área de lazer comunitária, chamada Praça da Liberdade.

 

Confira nesta quarta-feira o restante do percurso pela avenida Desembargador Maynard