Mães de crianças com microcefalia recebem orientações sobre saúde bucal

Saúde
24/03/2017 14h25

Na manhã desta sexta-feira, 24, aconteceu uma ação para orientar as mães de crianças com microcefalia sobre a saúde bucal. O evento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi realizado em parceria com os Programas de Saúde Bucal e Saúde da Criança e do Adolescente e aconteceu no auditório do Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) do Siqueira Campos.

“Temos toda uma linha de cuidado com as crianças que nascem com microcefalia. Quanto mais cedo há o diagnóstico, melhor. Porque elas logo são inseridas na reabilitação, com a estimulação precoce até três anos de idade e os cuidados diferenciados, os resultados são mais eficientes. Por isso sempre promovemos atividades de educação em saúde. Já houve um evento com fonoaudiólogo, hoje com as odontólogas e a intenção é ser um processo de educação permanente”, explicou Rita Bitencourt, coordenadora do Programa Municipal de Saúde da Criança e do Adolescente.

Segundo Simone Ribeiro, coordenadora do Programa Municipal de Saúde Bucal, o cuidado com a boca é fundamental para o desenvolvimento saudável de qualquer criança e muitos problemas já vêm associados com a microcefalia. “A boca é a porta de entrada para muitas bactérias que podem causar até a morte, por isso é importante fazer uma limpeza correta. Muitas pessoas ainda têm a cultura de não priorizar a saúde bucal das crianças porque troca a dentição de leite pela permanente. Então, estes encontros são necessários para conscientizar as mães”, enfatizou Simone.

A odontopediatra para pacientes com necessidades especiais do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) do Augusto Franco, Clara Chapermann, ministrou uma palestra sobre a prevenção de doenças causadas a partir da cavidade bucal. “Nós atendemos crianças e adultos com algum tipo de necessidade especial: autistas, com Síndrome de Down, com microcefalia, com paralisia cerebral psicomotora e neurológica, entre outras. Quando precisamos de sedação ou algum procedimento cirúrgico mais avançado, temos a parceria da Unidade Odontológica para Pacientes Especiais (Udope) do Hospital Universitário (HU)”, informou Clara.

Houve entrega de brindes, de lanches e roda de conversa com as mães. A senhora Valmira de Jesus Aragão, mãe de Ana Clara de Jesus, de um ano e três meses, disse que toda semana leva a pequena, que nasceu com microcefalia por causa do Zika vírus, para fazer tratamento com fonoaudiólogo e fisioterapeuta no Centro Especializado de Reabilitação (CER II), e todo mês, para fazer consultas no Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente (Cemca), que em breve disponibilizará tratamento de saúde bucal. “Disponibilizando todos os serviços em um só local é muito bom para nós, facilita a nossa vida”, falou Sandra Priscila Santos, mãe de Lorena Vitória, de 8 meses de idade e que passou sete meses internada, inclusive ainda usa sonda nasogástrica para se alimentar.