Secretário vai ao Conselho de Saúde e fala sobre greve dos médicos

Saúde
31/03/2017 10h08

O secretário municipal de Saúde, André Sotero, participou nesta quinta-feira, 30, de reunião no Conselho Municipal de Saúde. Na ocasião, o gestor foi explicar aos conselheiros a situação do contrato com o Hospital Cirurgia, no entanto, a pauta acabou sofrendo alteração em virtude da presença do presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), João Augusto de Oliveira, o que forçou a inserção da greve dos médicos como tema na pauta da reunião.  

Os conselheiros testemunharam o presidente do Sindimed responsabilizar a prefeitura de Aracaju pela permanência da greve da categoria. João Augusto argumentou que a administração municipal não cedeu um milímetro de sua posição inicial sobre o pagamento do salário de dezembro, fazendo referência à última reunião, ocorrida terça-feira passada, 28, no gabinete da Secretaria de Saúde. Inadvertidamente, o presidente do Sindimed disse aos conselheiros que a Prefeitura de Aracaju havia perdido na Justiça a ação que pede a ilegalidade da greve, que mantém 162 médicos paralisados.

O equívoco do presidente do Sindicato dos Médicos foi corrigido pelo secretário André Sotero, que explicou aos conselheiros o despacho do relator do processo, desembargador Diógenes Barreto.  “Na verdade a Justiça deu um prazo de 15 dias para o sindicato apresentar sua defesa. Não há ainda uma decisão sobre o pedido da ilegalidade da greve e confiamos que a Justiça atenda a nossa solicitação”, enfatizou.

O assunto greve dos médicos gerou muita participação dos conselheiros que, claramente, demonstraram apoio ao prefeito Edvaldo Nogueira e ao secretário André Sotero, ao mesmo tempo em que repudiaram o movimento grevista. Esse, por exemplo, foi o posicionamento do conselheiro Eduardo Gomes Ramos, representante dos movimentos sociais. “Todos nós sabemos que os médicos receberam o salário e ainda continuam em greve. E isso é irresponsabilidade. Quem vai pagar pelos danos que estão sendo causados à saúde das pessoas? Quando um bandido mata, é punido. E quem vai responder pelas mortes de usuários que estão ocorrendo?”, questionou Ramos.

Para o conselheiro Nicanor Santos, da Terceira Região de Aracaju, a greve não se justifica. “O senhor, doutor João Augusto, tem consciência de que as pessoas estão sofrendo muito com a greve e que nós repudiamos esse movimento porque entendemos que os motivos dos médicos não são justos diante dos transtornos que causa aos usuários?”, questionou.    


Repúdio as agressões

Em sua fala e na presença de João Augusto, o secretário André Sotero, destacou a importância do controle social e aproveitou o espaço para relatar as agressões pessoais que vem sofrendo do Sindicato dos Médicos. “João e outros diretores têm usado espaços nas redes sociais para agredir a minha pessoa, insinuando que me vendi ao poder, que estou traindo a classe, que vou voltar para o banquinho do Cemar. Tenho a dizer a João e demais diretores do Sindimed que o banquinho do Cemar é o lugar onde exerço minha profissão com mais alegria”, rechaçou o secretário.  

Respondendo a insinuações de que se vendeu ao poder e já abraça projetos políticos, André Sotero enfatizou que seu compromisso é com a própria consciência e lembrou aos presentes que há 25 anos, por um período de sete anos, atendeu gratuitamente em ambulatório no setor de oncologia. “Fiz isso porque queria ser deputado? Fui ou sou deputado? Não, fiz isso por humanidade, porque este é meu caráter. Querem continuar me agredindo, pois que continuem, mas meu caráter ninguém vai mudar.

Salários

André Sotero destacou para os conselheiros o empenho do prefeito para pagar a folha salarial em dia, apesar do volumoso montante de dívidas que encontrou deixadas pela gestão passada.  “Apesar disso, o prefeito Edvaldo Nogueira pagou em três meses cinco folhas salariais, bem diferente do que acontecia anteriormente, quando os funcionários municipais sequer sabiam quando iriam receber os salários. E aí a gente vê os médicos conduzindo uma greve de mais de dois meses, com um discurso duro, intransigente e agressivo. Não tenho dúvidas de que a sociedade fará seu próprio julgamento”, enfatizou, lembrando que para fazer a Saúde funcionar, além de pagar ao funcionalismo é preciso pagar fornecedores de remédios e insumos, bem como hospitais. A dívida herdada por Edvaldo Nogueira foi de R$ 500 milhões, sendo R$ 45 milhões na Saúde.