100 dias sem parar: Emurb inicia reconstrução da infraestrutura urbana da capital

A população custará a esquecer o período compreendido entre 2013 a 2016, marcado pelo descaso administrativo. Aracaju, que havia conquistado o título da capital da qualidade de vida, beirou o caos. A falta de planejamento urbano e os investimentos sem foco comprometeram as bases da infraestrutura que vinham sendo consolidada desde o ano 2000. Em três meses, o trabalho de reconstrução realizado pela Prefeitura de Aracaju já começou e os resultados aparecem através da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb).

 

Neste primeiro trimestre, as prioridades foram sanear os quase R$ 40 milhões em dívidas encontradas na Emurb, presidida pelo engenheiro Sérgio Ferrari, reorganizar o quadro de pessoal, retomar as obras estruturantes, dialogar com os órgãos financiadores a fim de viabilizar recursos para este fim e resolver os problemas mais pontuais de urbanização da cidade.

O trabalho empreendido até agora teve que superar os problemas como atraso salarial; dívidas com os fornecedores de matérias-primas como cimento, brita e areia, como também dos serviços de engenharia e topografia; greve das firmas terceirizadas; obras paralisadas pelo temor das empresas de não receberem as faturas; equipamentos indispensáveis para a execução dos serviços de recuperação asfáltica e na rede de drenagem com danos irreversíveis.

“Recomeçar é difícil em qualquer circunstância. Imagine na administração pública que requer muita transparência e zelo com o erário. Neste primeiro momento nos organizamos para sistematizar a estrutura da empresa que encontramos sucateada e aumentar, paulatinamente, a capacidade de trabalho da Emurb, indispensável para a cidade e seus moradores”, explica Sérgio Ferrari.

A rede de drenagem é sempre um ponto que exige cuidado e constante manutenção. Por isso, mais de mil pontos que absorvem as águas das chuvas foram melhorados, totalizando mais de 400 ruas beneficiadas de Norte a Sul da capital. 

Comunidades como o Manoel Preto e bairro Industrial foram contempladas com serviços que corrigiram problemas antigos. O Lamarão também foi atendido logo após uma visita do prefeito Edvaldo Nogueira, que determinou a imediata correção das galerias pluviais da rua do Arame.

Já a malha viária foi outro ponto bastante questionado na gestão passada, mas já é possível ver equipes da Emurb nas ruas executando ações de recuperação. Mesmo com a Usina de Asfalto desativada e tendo que comprar material, foram restaurados mais de 20 mil metros quadrados nas ruas e avenidas que cortam os 40 bairros de Aracaju.

A iluminação pública também teve crescimento no atendimento. Além de resolver as demandas acumuladas de 2016, de janeiro até a primeira semana de abril, foram substituídas quase seis mil lâmpadas queimadas ou danificadas. Todo este trabalho objetiva atender os mais de 52 mil pontos de iluminação, cujo funcionamento - desde ponto de entrega, substituição de lâmpadas, luminárias e demais equipamentos e materiais - estão entre as atribuições do município.

A Prefeitura está resolvendo antigos problemas de forma imediata. Foi o que aconteceu na avenida Euclides Figueiredo (Cidade Nova), nas proximidades do loteamento Moema Mary. Ainda nos primeiros dias de gestão foi executada uma obra emergencial orçada em cerca de RS 120 mil em recursos próprios, que melhorou a canalização das águas pluviais. A obra incluiu a limpeza da rede de drenagem, recomposição da base de um trecho de cerca de 500 metros e implantação de um novo piso asfáltico.

A participação do aracajuano é primordial para a resolução das demandas. Os moradores do loteamento Costa Verde, localizado na Zona de Expansão, solicitaram e foram atendidos. A Emurb realizou uma ação urbanizadora nas vias do local que apresentavam buracos, sujeira e desníveis, prejudicando quem transitava. Após a terraplenagem, o problema foi solucionado.

Os moradores do Costa Verde reconheceram a eficiência desta nova gestão da Prefeitura. "Diversas vezes cobramos providências e não fomos atendidos. Em meados de fevereiro, fizemos uma solicitação a Sérgio Ferrari, que responde pela Emurb, e as obras chegaram. Isso nos beneficia significativamente porque com as ruas em bom estado, as ambulâncias, as viaturas policiais e uma série de serviços públicos agora nos atenderão", comemora o morador Geraldino da Silva.

A síntese entre democratização e participação, e trabalho diário e planejamento possibilitará melhorar os índices na qualidade de vida que os aracajuanos almejam ter novamente. "Já não tínhamos tantas expectativas de ter essa benfeitoria aqui na comunidade. Mas  presenciar esta transformação em poucos dias de trabalho, nos dá uma esperança de que estes problemas serão resolvidos, não só aqui no Costa Verde como em outras partes de Aracaju", diz o agente de viagens Reginaldo Santos.

Os moradores do conjunto Veneza e das regiões adjacentes agora podem usufruir de um local arejado, iluminado e seguro para praticar atividades lúdicas: o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Abrahão Crispim. 

Desde o dia 24 de março a comunidade conta com um espaço de mais de 3 mil metros quadrados equipado com brinquedos, quadra de esportes e rampa de skate, biblioteca pública, midiateca equipada com computadores e um cine teatro, onde serão exibidos filmes e que terá uma plateia com capacidade para mais de 60 lugares. Orçado em cerca de R$ 1,8 milhão, conveniados entre PMA e o Governo Federal, o espaço significa socializar e democratizar áreas de uso coletivo, aplicando políticas públicas de infraestrutura, cultura e lazer.

A dona de casa Maria José Oliveira, que mora no bairro Olaria há dez anos, revela que antes, ao olhar pela janela de casa, ela via um lugar abandonado, escuro, inseguro. Atualmente, a realidade é outra. "Agora eu vejo uma praça bonita, iluminada, cheia de vida. Principalmente no início da manhã e à noite a praça fica cheia de gente, adultos, crianças, todo mundo está aproveitando", contou.

Há 20 anos morando no bairro Olaria, a dona de casa Lizete Almeida destaca as mudanças positivas desde a inauguração do local. "Antes tinha muito assalto. Agora à noite a praça está iluminada, a Guarda Municipal está presente e a gente pode ficar na porta de casa vendo a paisagem sem medo", disse.

Outra obra retomada é a Praça dos Expedicionários. A obra consiste em melhorar o aspecto estrutural dos monumentos e reurbanizar toda a praça. Fiscalizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), estão sendo investidos cerca de R$ 1,1 milhão para reaproximar os cidadãos aracajuanos e turistas de uma praça que homenageia pessoas que participaram da Segunda Guerra Mundial. O benefício também contemplará moradores dos arredores, no bairro Getúlio Vargas, já que, no projeto, também está incluída a melhoria de ruas e calçadas próximas, totalizando uma área de dois mil metros quadrados.