Alunos da José Calumby recebem a “Dona Zika” e plantam árvores

Agência Aracaju de Notícias
11/04/2017 17h49

Os olhos aguçados pela curiosidade e encantamento foram a porta que deu passagem para os ensinamentos no primeiro dia efetivo de aula na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Dr. José Calumby Filho, situada no bairro 17 de Março. Organizados como em um verdadeiro anfiteatro, meninos e meninas, de um a cinco anos, tiveram o seu contato inicial com a “Dona Zika” e com a terra em um dia de lazer que, sobretudo, levou bastante conhecimento, na manhã desta terça-feira, 11.

Através da Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), os pequenos alunos da Emei tiveram acesso a informações valiosas a respeito dos cuidados que devem ter para que não haja a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Com a esquete “Dona Zika”, o teatro da Sema adaptou o assunto à idade do “respeitável público” e transformou a área de recreação da escola em um grande espetáculo da formação cidadã.

Na figura de uma senhorinha um tanto quanto descuidada, a Dona Zika, o grupo de teatro reproduziu situações ainda muito comuns, como o descarte irregular de lixo, que contribui para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Atentas, as crianças participaram ativamente da apresentação e demonstraram entender tudo o que foi transmitido com muita alegria e simplicidade por parte do teatro da Sema. Sem medo da representação de um grande mosquito Aedes aegypti, eles ajudaram a espantar, mesmo que simbolicamente, o perigo que as doenças que ele transmite pode causar aos seres humanos.

A analista ambiental Raphaella Ribeiro explicou que sempre há muito cuidado na organização de peças de teatro, ainda mais para um público com baixa idade. “Além de adaptar o conteúdo à idade dos meninos, tivemos que adaptar também a abordagem educativa da escola. Como o esquete ‘Dona Zika’ trabalha muito o imaginário, procuramos ter cautela na linguagem e como iríamos apresentar, por exemplo, o mosquito. As escolas sempre nos recebem muito bem e, ao chegar na José Calumby, nosso objetivo, além de passar esses cuidados importantes abordados com o teatro, foi de estabelecer uma interação com a escola, afinal, a gente não trabalha sozinho”, afirmou.

Tão descuidada no início da apresentação, a Dona Zika aprendeu junto com os alunos como ela deveria cuidar, não só da sua casa, mas da sua cidade. Cheia de conhecimento sobre o Aedes aegypti, a vovó contou como se sentiu em ajudar os meninos e meninas. “Eles ficaram meio perdidos no início, assim como eu. A vovó já está meio caduquinha, mas aprendeu a lição e eles também. Conseguimos aprender como descartar corretamente o lixo e como evitar que apareçam mais mosquitinhos por aí. Sei que eles serão bonzinhos e vão passar as lições para a família inteira”, contou a Dona Zika interpretada pela estudante e integrante do teatro, Malu Andrade.

Mudas plantadas

Uma das atividades referentes à pedagogia Waldorf, método de ensino aplicado na escola, sendo a primeira instituição pública de ensino do Nordeste a desenvolver essa prática, é justamente o plantio de árvores. Dessa forma, a equipe da Sema se encaixou perfeitamente no fomento do saber ambiental.
Nesta manhã, os alunos da Emei plantaram mudas de duas árvores frutíferas e um Ypê. De acordo com a analista ambiental Thaíssa Azevedo, a equipe de Educação Ambiental passa para as crianças todos os cuidados que elas devem ter com as plantas. “Enquanto eles estão ajudando a plantar as mudas, os ensinamentos são passados. Eles acabam captando, de uma maneira muito simples, como respeitar a natureza e como lidar com ela”, destacou.

Sem pestanejar, com as mãozinhas agitadas, os pequenos se organizaram e, um ajudando o outro, numa demonstração de cooperação, muda por muda foi sendo plantada. Os sorrisos estampados de canto a canto de cada rostinho ainda não entendiam exatamente o significado daquele ato, mas, no futuro, a expectativa é que os frutos do conhecimento sejam colhidos.

Para a coordenadora pedagógica da escola, Antoniélia Ribeiro Santos, a ação ocorrida obedece um planejamento da própria escola de todas as terças-feiras realizar o plantio de árvores. “Essa prática serve para que as crianças observem o crescimento das plantas, de onde vem o fruto, como eles vão nascendo, ou seja, acompanhar todo o processo de desenvolvimento da árvore e os cuidados. O meio ambiente somos nós, nós estamos nesse meio e fazemos parte dele, então, os alunos, aos poucos vão entendendo essa interdependência com a natureza, afinal, somos como um só”, ressaltou a coordenadora.

Em 2017, após reuniões, foram escolhidas cinco escolhas municipais para realizar o plantio de árvores e todo o acompanhamento, este que dura, em média, seis meses. Em 2016, foram plantadas cerca de 200 árvores em escolas da rede municipal de Aracaju, número que deve aumentar neste ano.