Uma alimentação saudável e balanceada é sinônimo de qualidade de vida, independente da idade. Essa foi a mensagem principal do encontro que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu com as mães de crianças com microcefalia. A roda de conversa foi realizada no auditório do Centro de Especialidades Médicas (Cemar), no bairro Siqueira Campos, e contou também com a participação de pesquisadores do departamento de Odontologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
De acordo com Ana Márcia Menezes de Oliveira, coordenadora da Rede de Atenção Especializada (Reae), o encontro foi motivado pela contratação de uma nova nutricionista, atendendo as necessidades das mães. “Nós só tínhamos uma profissional com carga horária de apenas 15 horas por semana. A atual gestão, preocupada em ampliar a oferta de serviços às crianças atendidas pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER) e pelo Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente (Cemca), não mediu esforços para contratar mais uma nutricionista e, desta vez com uma carga horária bem maior, de 40 horas”.
Ainda segundo a coordenadora da Reae, a criação de políticas públicas voltadas exclusivamente para as crianças com microcefalia é também uma preocupação da Prefeitura de Aracaju e da Secretaria Municipal da Saúde. “É por isso que trouxemos aqui hoje esse grupo de pesquisadores da Universidade Federal para fazer uma avaliação odontológica das crianças e também das mães. Acreditamos que quanto mais as necessidades das crianças com microcefalia forem estudadas, mais políticas públicas poderão ser implantadas para esse público”, explicou Ana Márcia.
Durante a roda de conversa, a nutricionista recém chegada, Vanessa Barreto Lima, mostrou para as mães a importância de utilizar alimentos naturais nas refeições das crianças. “Os alimentos industrializados geralmente possuem uma quantidade de açúcar muito grande e esse excesso não faz bem nem para a criança nem para as mães. Hoje eu pude dar várias orientações e dicas para as mamães aqui presentes e me coloquei a disposição para o que elas precisarem”.
Para Amanda Oliveira, mãe do pequeno Arthur Davi, o encontro foi bastante oportuno e proveitoso. Ela conta que, além da troca de experiência com as outras mães, essa foi também uma oportunidade de tirar muitas dúvidas sobre a alimentação do seu bebê. “Essa é uma situação nova para mim, sou mãe de primeira viagem e mãe de um bebê que exige uma atenção redobrada em diversos aspectos, inclusive na alimentação. Hoje aprendi muito aqui e fiquei muito feliz em saber que agora teremos uma nutricionista a nossa disposição”.
Pesquisa Odontológica
No encontro, os Pesquisadores do Laboratório de Patologia Investigativa da Universidade Federal de Sergipe, realizaram uma avaliação odontológica dos bebês. “Desde o ano passado, quando começaram as surgir os casos dos bebês com microcefalia, uma de nossas mestrandas começou a fazer a coleta e acompanhamento dessas mães e das crianças. Hoje nós estamos fazendo aqui uma pesquisa odontológica para avaliar a cavidade oral dos bebês, verificar a erupção dos dentes, alterações no esmalte e diversos outros aspectos”, disse a pesquisadora e cirurgiã-dentista, Sara Vasconcelos.
