Representantes da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) e do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) reuniram-se na manhã de hoje, 25, para iniciar uma ação em conjunto com o objetivo de beneficiar moradores da ocupação Mangabeiras, do bairro 17 de Março. No encontro, foram oferecidos pela Fundat a oferta de cursos, orientação sobre empreendedorismo e acompanhamento para a construção de cooperativas, além de cadastro de currículos e a disponibilização de um plano de trabalho que atenda as necessidades da comunidade.
Como uma das propostas ofertadas está a criação de cursos específicos na área de marcenaria e corte e costura, uma vez que há uma unidade na região com laboratórios montados para estes segmentos, o Centro de Qualificação e Unidade de Produção do bairro 17 de março. Havendo interesse dos integrantes do movimento, ações futuras como a criação de cooperativas podem acontecer em parceria. Assim como o fomento do empreendedorismo como mecanismo de melhoria de perspectivas dos ocupantes.
Para o presidente da Fundat, Luiz Roberto Santana, a Prefeitura de Aracaju está disposta a auxiliar e fazer o possível para que os participantes desse grupo possam ter mudanças sólidas e reais. "Vamos ouvir quais as necessidades e, a partir daí, com a adesão deles, montar algo que de fato seja compatível com os anseios. Não adianta impor algo que não os atende. Demos as sugestões por imaginar que seja uma boa opção. Mas podemos, sim, ampliar, ajustar e, acima de tudo, ouvir. O diálogo é um dos pontos fortes desta atual gestão. Nossa ação não vai parar aqui no que depender de nós da Fundat", explana Luiz.
Max Santos, um dos representantes do Motu presentes na reunião, se entusiasmou com as possibilidades e se comprometeu em ser um agente multiplicador dessas ideias. "Gostei muito do que ouvi, não quero que ofereçam cesta básica, quero oportunidade para que essas pessoas cresçam. Vou divulgar de barraco em barraco. É essa a visão que nos interessa. É isso que vai fazer a diferença na vida dos nossos filhos. A comunidade precisa produzir coisas boas e curso e trabalho é muito bom para ocupar cabeças e sair do ócio", declara Max.
Já José Marcelo, outro representante do Motu, acredita que essa parceria vai ser muito importante para ajudar a melhorar a imagem dos ocupantes perante a sociedade. "Precisamos estimular nossos jovens, somos muito discriminados, queremos resgatar, ocupar a mente e mudar a visão deles pensando lá na frente. Seria ótimo mostrar outra coisa além do lado errado. O Motu tem muita gente que quer e precisa ser reconhecida como gente de bem", complementa Marcelo.
O próximo passo será uma reunião, ainda sem data definida, na unidade do bairro, com agentes da Fundat e ocupantes para realizar um cadastro e fazer uma abordagem do que e como eles acham mais interessante que a parceria seja realizada. A partir daí, será montado um itinerário formativo específico para que essas pessoas sejam absorvidas pelo mercado de trabalho, seja com carteira assinada ou montando seu próprio negócio.
