A criação de políticas públicas de prevenção tem se mostrado eficaz quando o assunto é o combate às drogas. Dentre estas políticas, a intervenção no seio familiar e comunitário, através dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), se soma como forma de resgate dos elos e entra como um fator decisivo nesta rede de apoio.
O debate sobre o tema aconteceu na tarde desta segunda-feira, 5, por meio da formação de assistentes sociais, educadores, técnicos, multiplicadores e apoiadores da Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc), Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e Secretaria Municipal da Educação (Semed) pelo Programa Famílias Fortes. Por ter um papel essencial nesse fortalecimento, diante dos trabalhos desenvolvidos nos Cras, a Assistência tem buscado atuar também chamando a responsabilidade conjunta com outras secretarias.
"Este não é um programa que deva ser apenas da Assistência. Precisamos fazer com que todas as áreas [do município] se atentem para isso e trabalhem em suas comunidades. Nós precisamos fazer um grande cerco contra esta problemática, pois temos perdido muitos jovens para o mundo das drogas. Principalmente o jovem negro, de periferia, que evadiu da escola por várias questões e foi cooptado pelo traficante. Nós precisamos encontrar uma linguagem e uma linha de trabalho para fortalecer essas famílias. Só na hora que tivermos esses núcleos muito bem cuidados e protegidos, nossos jovens poderão ficar longe das drogas", destacou a vice prefeita e secretária da Assistência, Eliane Aquino.
A coordenadora da Proteção Básica, Lara Cintia do Nascimento falou sobre o papel dos Centros de Referência para a construção desse diálogo. "É de suma importância que os profissionais da Proteção Básica e também das outras secretarias possam ter esse direcionamento. A partir daqui pretendemos que os nossos trabalhadores adquiram a capacidade de serem multiplicadores nos Cras em que eles atuam", afirma. Lara ainda lembrou que a articulação intersetorial serve como potencializador na atuação de prevenção dos territórios.
Para a coordenadora do Cras Risoleta Neves, Shaúna Freire, a qualificação traz uma nova visão sobre a realidade e sob a perspectiva de atendimento. "Dentro do território, quem ganha é a comunidade, pois estamos pensando no mesmo usuário, cada um dentro de sua área de atuação. Toda qualificação é sempre válida e necessária, já que é de entendimento universal que a pobreza é multifacetada. Por isso precisamos sempre discutir formas de intervenção e atendimento."
Programa Famílias Fortes
O programa Famílias Fortes é uma projeto de intervenção junto às famílias e tem por objetivo reduzir os fatores de risco ao uso e abuso de drogas por crianças e adolescentes, através da construção e fortalecimento dos vínculos familiares, entendidos como fatores de proteção contra o uso e abuso de álcool, tabaco e outros entorpecentes.
