Prefeitura busca solução célere para a segurança na Emef Jornalista Orlando Dantas

Educação
10/06/2017 17h54


Para algumas pessoas o sábado é dia de descanso, mas para comunidade do bairro Olaria, este sábado, 10, foi de diálogo intenso sobre as medidas de segurança que estão sendo tomadas pela Prefeitura de Aracaju na  Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jornalista Orlando Dantas. Mobilizada pela comunidade escolar, diante do sentimento de vulnerabilidade, a Secretaria da Educação de Aracaju (Semed), em parceria com a Secretaria Municipal da Defesa Social e Cidadania (Semdec) e Guarda Municipal de Aracaju (GMA), realizou o encontro com  professores e pais.

Na oportunidade, técnicos da Semed ouviram os anseios da comunidade. A secretária municipal da Educação, Maria Cecília Leite, abriu a reunião elencando o que já foi realizado na unidade de ensino, fruto de solicitação da própria comunidade escolar. De acordo com ela, a escola enfrenta há anos sérios problemas de deterioração e insegurança. 

"Assim que soubemos das questões da escola, nos mobilizamos para resolver ponto a ponto todos os problemas. Capinamos, retiramos todos os entulhos que serviam de escada para invasão da unidade, estamos concluindo a licitação do aumento de todo o muro, bem como estamos planejando junto à comunidade um projeto de grafitagem para despertar o sentimento de zelo pela escola. Vale ressaltar que essa foi a primeira escola a ser contemplada com o Contrato de Manutenção efetivado pelo prefeito Edvaldo Nogueira e já está passando por melhorias estruturais", revela a secretária. 

 Além das questões estruturais, a Prefeitura está investindo em segurança, através da  GMA, como explica o diretor da Guarda Municipal, Fernando Mendonça. "Fizemos um levantamento das questões de segurança desta e de todas as outras 74 escolas municipais e colocamos a ronda escolar, que chega em qualquer unidade de ensino em um tempo de 10 a 12 minutos, pois fizemos uma setorização para diminuir o tempo resposta das ocorrências nas escolas", conta

Ainda segundo Fernando Mendonça, cartazes foram colocados em cada escola com o número da ronda escolar (153) e whatsapp da GMA (98166-7790). "Fizemos todo o levantamento das necessidades de segurança de cada unidade de ensino. Em breve, estaremos investindo em monitoramento eletrônico e atualização de vigilância das escolas. Na Emef Jornalista Orlando Dantas temos dois guardas diariamente e lá ficam até que a escola seja fechada", explica. 

Expectativa

Dona Maria Joseanny estava presente na reunião e ficou emocionada com o que presenciou. Ela conta, entre lágrimas, que é a confiança na atual gestão que faz com que ela não perca a esperança em ver a escola, onde ela se alfabetizou, voltar a ser um local seguro. 

"Eu vejo meu filho aqui e lembro de mim. Tudo era diferente. Se eu não tivesse amor por essa escola eu não colocaria meu filho aqui. A gente está sofrendo muito com essa violência. Todos os pais que tanto reclamam deveriam ter estado aqui, bem como o Conselho de Segurança do bairro. Temos que acreditar e nos unir. Eu estava desacreditada, mas estou percebendo que agora a gente vai ter mudança  em nossa escola", relata a mãe.

O coordenador pedagógico da Emef, Tenisson Oliveira, reconhece que os problemas da escola são antigos. "Em todos esses anos de trabalho, nunca nenhum secretário veio pessoalmente aqui ver de perto o que a gente sofre. Hoje tivemos a presença de dois secretários e o diretor da Guarda ouvindo nossas solicitações", revela

Enfrentamento

A secretária da Educação, Cecília Leite, avalia que todas essas ações estruturais serão em vão se a comunidade escolar não se comprometer com a unidade de ensino: "Essa é uma questão que precisa ser discutida por todos os setores, tanto da comunidade, como do poder público. A comunidade tem que se comprometer, também, a cuidar do que é dela, mas precisamos discutir essa questão democraticamente, através do diálogo entre setores públicos e a sociedade civil e é por isso que estamos aqui hoje e estaremos sempre prontos para dialogar e ouvir", explica.

O secretário da Defesa Social, Luís Fernando de Almeida, teve importante papel de articulação. Ouviu as mães e professores, e destacou a importância desse momento. "Esta reunião é de extrema relevância para chegarmos à resolução dos problemas de segurança da Jornalista Orlando Dantas, mas poderia ter sido ainda melhor se mais pessoas da comunidade estivessem aqui. Essa escola tem potencial para se tornar um espaço agradável, bonito e bem estruturado, mas a comunidade tem que se apropriar desse espaço", destaca

"A intervenção do poder público vai acontecer, estamos trabalhando com empenho nisso, mas não adianta fazer uma intervenção para daqui a pouco voltar a ser o que era antes. Todos os entulhos no entorno da escola foram retirados pela Prefeitura, mas em menos de 15 dias, a comunidade voltou a colocar e são justamente esses entulhos um dos alvos de maior queixa, já que auxiliam na invasão da escola por meio do muro.  É preciso resgatar a sensação de pertencimento, de bom uso do espaço escolar", avalia o secretário.