Arte e cultura são a tônica da última edição do Projeto Família na Praça

Assistência Social e Cidadania
10/06/2017 23h34

Através da arte jovens e idosos podem expressar toda a beleza existente dentro de cada um, mesmo que a paisagem ao redor não combine com o interior. Repleto de manifestações artísticas e participação popular, mais uma edição do projeto “Família na Praça” aconteceu neste sábado, 10, no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Maria Diná Menezes, localizado no complexo CEU, no bairro 17 de Março.

Ewertton Nunes foi educador social na gestão anterior do prefeito Edvaldo Nogueira. Comunicador social por formação, Ewerton encontrou no CRAS Risoleta Neves a “tampa da sua panela” com o Jornalismo: a possibilidade de utilizar da sua arte para conscientizar pessoas. Lá ele também teve oportunidade de desenvolver outra vertente artística, a interpretação. Hoje o jornalista voltou a um ambiente referenciado da Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc), trazendo o Coletivo “Teatro de Mala” com a peça “Mala Sem Alma”, que fala sobre as violações de direitos que as crianças sofrem. “A gente tem comprovações de que qualquer trabalho de natureza lúdica tem mais efeito porque trabalha não só o didático, mas também o sensível. Atingimos o sensorial e mexemos com o que está no imaginário das pessoas. E ainda que sejam crianças, elas já têm a compreensão do mundo e podem perceber quando a arte reporta algo que ela já vivenciou”.

Ewetton entendeu ainda que o seu ofício era sacerdócio e que ele encontraria lugar nas mentes que precisavam de direção. “Eu percebi que eu tinha o grande desafio de fazer arte para além do estético, eu queria trabalhar a cidadania e aí eu precisava mexer em bases que são culturais. É um desafio muito maior. A vivência no Cras acendeu muito mais essa chama do social e de entender que o artista tem na mão a possibilidade de dialogar com seu tempo. Entendo que em qualquer época os artistas surgem para transformar um pouco da sociedade em que vivem”.

A temática desta edição, do “Família na Praça”, foi o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Panfletos informativos sobre o tema foram entregues, apresentações de dança, teatro, percussão e oficinas de maquiagem e skate, além de práticas esportivas oferecidas pela Secretaria Municipal da Juventude e Esporte (Sejesp) e o mutirão de vacinação contra o HPV fizeram parte do evento.

O projeto Brincando com Arte, do Sesc, revisita as brincadeiras infantis trazendo os jogos de computador para uma versão física, em madeira, e fazendo com que as crianças interajam umas com as outras. “Os jogos que oferecemos aqui no projeto são de, normalmente, dois ou mais participantes e isso é muito importante para a interação das crianças, que hoje estão cada vez mais solitárias e presas ao ambiente virtual”, explicou Mônica D’Arruda, coordenadora de lazer do Sesc, parceiro do evento.

“Com tanta gente trabalhando para que um projeto lindo como esse aconteça, não tem como dar errado. Eu quero agradecer muitíssimo à comunidade do bairro 17 de Março, à Semasc, Sejesp, Secretaria Municipal de Educação e de Saúde, ao Sesc e ao Senac. Cada dia mais esse espaço se fortalece como fomentador de cultura e isso nos deixa muito felizes”, destacou Tatiana Souza, coordenadora do CRAS Maria Diná Menezes, localizado no Complexo CEU do bairro 17 de Março.

“Depois que a gente começou a realizar o projeto foi que o local começou a ter um movimento maior. Nosso lema é ‘A praça é um lugar de se ter lazer, não de se temer’. Nós estamos quebrando essas barreiras. Violência não se combate com violência. Se combate com amor e é isso que estamos fazendo aqui.” Rafael Valentin, co-organizador do projeto.