Projeto leva jovens a desvendar o mundo pela leitura

Para despertar o interesse de jovens pela leitura, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Manoel Bomfim desenvolve desde o início do ano o projeto "Ler é desvendar o mundo". Na tarde desta quarta-feira, 28, a escola, localizada no bairro Bugio, realizou um grande festival para encerramento das ações. Aproveitando o clima dos festejos juninos, a comunidade escolar apresentou quadrilhas, danças, recital de poesia de cordel, barracas culturais, teatro e cinema.

“O objetivo é o desenvolvimento da competência leitora. Precisamos colaborar para que os alunos desenvolvam o hábito da leitura e compreensão de texto. Esse projeto teve várias fases dentro do semestre letivo e foi muito importante para o desenvolvimento do aprendizado”, afirma a coordenadora pedagógica da escola, Nivalda dos Santos.

Idealizador do projeto e professor de Língua Portuguesa da Emef, Amael Oliveira conta orgulhoso o resultado das ações. “Estou muito feliz com o engajamento dos alunos. Eles já perguntam quando vai ser o dia da leitura, porque criaram o hábito de sempre estar lendo, e essa é a maior recompensa para nós. Inclusive, estamos pensando em levar esse projeto para o próximo semestre”, ressalta.

Apesar de terem contato com diversos tipos de textos e autores, cada série desenvolveu um gênero para o encerramento. A turma do 6º ano, por exemplo, trabalhou letras de músicas e preparou um espetáculo de dança. A apresentação da poesia de cordel “A árvore do dinheiro” ficou por conta dos alunos do 7º ano. A história de um homem que vendeu a alma ao diabo por ambição foi recitada com direito a cenário e trajes característicos dos personagens.

Ao longo do semestre, os alunos do 8º ano produziram dois curtas metragens, ‘Dilemas da juventude’ e ‘A Biblioteca’, que foram exibidos para os colegas durante o encerramento. Já os alunos do 9º ano ficaram responsáveis pela interpretação teatral de uma história literária. Durante o semestre, eles tiveram contato com esse tipo de gênero teatral e representaram diversas literaturas. Para a concluir as atividades, foi escolhido o livro “O Santo e a Porca”,  escrito pelo paraibano Ariano Suassuna em 1957.

Levi Rodrigues é aluno do 9º ano da Emef e interpretou o personagem ‘Euricão Engole Cobra’ na peça. “Eu aprendi muito com a história. Tanto que as pessoas não devem ser ambiciosas, como que devem valorizar a família. Eu espero que a gente tenha esse projeto novamente, gostei muito. Para mim, ler é essencial e o projeto ampliou o nosso conhecimento de leitura”, afirmou.

Além disso, cada série escolheu como patrono um escritor sergipano para homenagear. Eles tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre Fausto Cardoso, Mário Jorge, Tobias Barreto e João Sapateiro, tendo, assim, contato com a cultura local e passando esse conhecimento para visitantes, através de barracas temáticas na quadra da escola.

A professora Suziane Ferreira, que acompanhou e orientou o 6º ano no tributo ao poeta João Sapateiro, conhecido como ‘O trovador das Laranjeiras’, explica que o fato do escritor ter uma origem humilde incentiva aos alunos de que a condição de ser um poeta não está tão distante da realidade deles. “Eles viram que também podem se aproximar e fazer história. Tiveram contato com diversos tipos de textos e de autores e agora podem escolher o que mais se identificam, porque o conhecimento eles já têm”, completa.