Assistência discute violência, punição e resistência em Fórum Intersetorial

Assistência Social e Cidadania
28/07/2017 12h44

Profissionais da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju participaram na manhã desta sexta-feira, 28, do Fórum de Políticas Intersetoriais. O evento, realizado no auditório da Faculdade Maurício de Nassau, também reuniu, por meio do comitê de gestão intersetorial e em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)/ Projeto Redes, representantes das secretarias municipais da Saúde, Educação, Guarda Municipal, além da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

“Essa intersetorialidade que a gente fala e almeja é muito difícil de construir. Mas, ao mesmo tempo, em um processo como esse, trazer vários segmentos para a discussão resulta em um único ponto: melhorar a nossa cidade. Não é simplesmente a necessidade de fazer isso por uma gestão, mas a de fazer pelas nossas próprias vidas. Na hora que diminuímos a violência, o ciclo dela muda e começa a melhorar de dentro para fora: casa, bairro, cidade, estado”, afirmou a vice-prefeita e secretária municipal da Assistência Social, Eliane Aquino.

Eliane Aquino ainda lembrou que o objetivo tem que ser claro. “Dentro de todos os leques de problemas em nossas mãos, necessitamos identificar os nossos alvos e um deles é a violência contra a mulher. Quando a gente cuida da mulher, acaba cuidando da criança, da vida e da sociedade”, explicou.

Em um debate sobre as raízes do problema, a palestrante professora doutora Andrea Depiere, debateu o tema “Violência, Punição e Resistência”. “É preciso entender que nem toda violência é física, muitas são resultado da exclusão social, da falta de informação e da própria reprodução da cultura arcaica. Todos nós fazemos parte dela. Reproduzimos padrões sociais, somos vítimas deles o tempo todo quando discriminamos alguém ou somos assaltados, por exemplo. É necessário trabalhar as bases e as noções de igualdade social. Só a organização e a conscientização vão acabar com a violência”, exaltou.

De acordo com o representante da Fiocruz, João Martins, o papel da entidade tem sido o de agregar todas as secretarias em rede, a fim de que o trabalho entre elas sejam uma união de diálogos. “A gente está em uma etapa de levantamento dessa rede de atenção, para saber como hoje ela está funcionando: se há fluxos, como eles estão sendo operados, quais os gargalos e em uma perspectiva de, junto com a Assistência, pensar fórmulas para lidar com essas situações.”

Para o assistente social Everton Ramon, uma grande iniciativa tanto para a reflexão como trabalhador, quanto cidadão. “Acredito que este espaço é importante para aprendermos a trabalhar em rede. Este evento é um grande espaço onde as pessoas estão inseridas para repensar conceitos  fortalecer os vínculos entre a comunidade e o poder público.”