Assistência de Aracaju apoia expansão da Feira da Agricultura Familiar

Assistência Social e Cidadania
10/08/2017 19h09

Estímulo a uma melhor alimentação, acesso a produtos de qualidade e sem agrotóxicos em mais um ponto da capital, além do impulso da economia através do trabalho do pequeno produtor agrícola sergipano. Foi com o intuito de apoiar esta iniciativa que a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju esteve presente nesta quinta-feira, 10, na 1ª da Feira da Agricultura Familiar no Parque da Sementeira, realizada pela Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (SEIDH).

A feira no parque está prevista para acontecer sempre às quintas-feiras, a cada quinze dias, das 16h às 19h. De acordo com o secretário de Estado da Inclusão Social, Zezinho Sobral, esta é a 22ª feira implantada e conta com a participação de mais de 20 agricultores de Areia Branca, Riachuelo, Japaratuba, Capela, Lagarto, Estância, Malhador, entre outros municípios.   

“A SEIDH há tempos vem realizando a Feira da Agricultura Familiar, desde que a atual secretária da Assistência Social de Aracaju, Eliane Aquino, era secretária da pasta, entre os anos de 2010 e início de 2015. Foi através desse desejo dela de trazer a feira para o Parque da Sementeira, que pensamos em unir esforços e fazê-la acontecer. É uma feira limpa, em horário diferenciado, com artigos de boa qualidade e a gente imagina que seja a primeira de muitas aqui”, ressaltou o secretário.

De acordo com a diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Assistência, Rosane Cunha, a pretensão é que, com o apoio da SEIDH, a feira se expanda para outros pontos da capital.

“Nós temos o desejo de implantar a Feira da Agricultura Familiar em outros locais da cidade, dando a possibilidade de mais gente ter acesso a uma alimentação livre de tanta química. O que nós também estamos tentando vender é a ideia de que o plantio urbano é viável e, em um futuro próximo, possamos encorajar a população. Queremos mapear terrenos, conversar com associações e grupos de moradores que queiram se integrar. Assim, quem sabe, poderemos até abastecer também essas feiras”, explicou Rosane.

Cheia de sacolas e confiante de estar consumindo saúde a longo prazo, a fisioterapeuta Tathiany Moura saiu do bairro Inácio Barbosa e foi conferir a feira. “O fato de não estar sendo exposta a quantidade de agrotóxico que existe nos produtos comercializados em feiras normais é o maior benefício que eu posso ter. É de conhecimento público que o nosso país é recorde de uso de agrotóxicos no mundo e já existem estudos falando dos efeitos disso em nosso corpo. Com isso eu espero ter um grande retorno na minha saúde.” 

Crescimento pessoal e financeiro

Natural do assentamento 13 de Maio, localizado na cidade de Japaratuba, Rosivalda dos Santos se considera uma pessoa de sorte. Mas, acima da sorte, ela sabe que a própria luta para plantar e se alimentar a tirou do status de “pessoa que planta para comer” para “pessoa que vive do que planta”. Como quem colhe o que semeia, ela além colocar o alimento no próprio prato, virou feirante e hoje provém o sustento de toda a casa e dos filhos com quem mora por meio da renda que retira das feiras em que comercializa.

“Tudo que minha família comia era eu quem plantava. Aí, o que sobrava, eu acaba dando para os parentes e amigos. Mas começou a ir gente atrás de mim, querendo comprar, e eu vi que aquilo rendia um dinheirinho. Foi quando eu conheci o pessoal de um grupo de produtores orgânicos, esse mesmo pessoal me convidou em 2010 para a Feira da Agricultura Familiar na gestão do saudoso governador Marcelo Déda e eu agradeço a Dona Eliane por tanta confiança. Foi com o apoio dela, na época secretária, que eu me meti a ser feirante e atualmente sustento a casa. E até se meus filhos precisam fazer um curso, eu tenho como bancar.”

Segurança Alimentar

Durante a feira a equipe de Segurança Alimentar e Nutricional montou um estande de informações para alertar sobre a prevenção e controle da hipertensão arterial, com intervenções sobre o consumo abusivo do sódio na ingestão dos produtos. Também foram distribuídos sais de ervas como alternativa para a diminuição do consumo de sal nos alimentos e mudas de plantas frutíferas como amora, graviola, carambola, goiaba e jambo.

“Os alimentos industrializados são ricos em sal. A recomendação é que a gente ingira 0,5mg por dia, mas estudos mostram que a média de consumo chega a mais de 12mg. O que nós estamos tentando fazer aqui hoje é conscientizar as pessoas de que há outras maneiras de deixar a comida mais saborosa. A feira oferta os exatos alimentos que a população precisa consumir e é com essa atitude que nós da secretaria estamos levando informação”,  destacou Tatiana Canuto, nutricionista da Assistência.