Saúde e Semasc se unem na luta da população em situação de rua

Saúde
18/08/2017 18h37

O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua é lembrado em 19 de agosto. Para dar visibilidade a este público a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e a Secretaria Municipal da Assistência Social vêm promovendo durante este mês várias ações para chamar a atenção da sociedade sobre este público. Na tarde desta sexta-feira, 18, houve um cortejo que saiu da praça Fausto Cardoso em direção à praça General Valadão, no Centro de Aracaju, com cartazes e faixas ao som do grupo BatuCaps do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) David Capistrano .

“Esta mobilização é para lembrar à sociedade que as pessoas em situação de rua precisam de ajuda. É para dar visibilidade e reivindicar igualdade, direitos, aceitação, acolhimento e luta contra todos os tipos de violências existentes com esta população. Não é um dia de comemoração, é um dia de luta mesmo para lembrar a violência que aconteceu nesta data em 2004 na Praça da Sé, onde pessoas em situação de rua foram brutalmente assassinadas”, explicou Kamila Fialho, coordenadora do Programa Consultório na Rua da SMS.

Para a coordenadora do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), Laís Almeida, além de dar visibilidade a estas pessoas, as ações realizadas durante este mês servem para unir ainda mais os serviços da rede. “Unindo forças para batalharmos em prol destas pessoas e fortalecendo os componentes da rede municipal que acolhem esta população”, disse Laís. Ela informou que na última quarta-feira, 16, houve uma ação na Orla de Atalaia, e na próxima quarta, 23, acontece um show de talentos e cinema no Centro Cultural à noite.

O senhor Edeilton Santos, 45, mora nas ruas há 33 anos e ele só pede cidadania. “Queremos mostrar à sociedade que somos cidadãos, meu sonho é arranjar um emprego”, disse Edeilton.  Comunga da mesma opinião Antônio Carlos Barbosa dos Santos, 31, que vive em situação de rua há 25 anos. “Queremos que respeitem os nossos direitos. Meu sonho é ter uma casa para morar. Eu trabalho como flanelinha e faço reciclagem, mas já sofri muito por viver nas ruas, sem moradia”, desabafou Antônio Carlos, conhecido por Kinô, usuário do Caps AD e do Centro Pop. A jovem Iraci Santos de Jesus, 27, disse que agradece ao pessoal do Centro Pop e da Saúde. “Eles nos incentivam a ser pessoas melhores porque nós temos uma vida muito difícil nas ruas”, enfatizou Iraci.

Na praça General Valadão, a SMS disponibilizou o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) para fazer teste rápido de HIV, sífilis e hepatites. Participaram também o coordenador de Políticas Públicas da Pessoa com Deficiência da Semasc, Murilo Oliveira, profissionais dos Caps, da unidade de saúde Maria do Céu, do Programa de Redução de Danos (PRD), do Movimento Popular de Saúde (Mops), que fizeram práticas alternativas e técnicos dos Institutos Acolher e Migrante.