Samba de Coco do Mosqueiro integra programação do Festival Brincantes

Agência Aracaju de Notícias
21/08/2017 18h40

"Ai ai ai Indê, samba comigo que eu quero aprender. Ai ai ai Indê, brinca comigo que eu quero aprender".  As estrofes da cantiga ditam o ritmo do Samba de Coco do Mosqueiro, dança de origem africana com influências indígenas e que faz parte das raízes da cultura sergipana. À frente do grupo, um senhor de riso fácil, o mestre Rosualdo da Conceição, ou simplesmente seu Diô, como é popularmente conhecido.

O Samba de Coco do Mosqueiro é uma das atrações do ‘Festival Brincantes' organizado pela Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O evento será realizado nos dias 22 e 23 deste mês. Uma forma de homenagem a quem mantém viva essa tradição. "No que depender do meu grupo, vai ser muito legal, porque a gente anima. Nossa apresentação envolve todo mundo. Quem quiser brincar, é só entrar na roda e sambar. Não precisa ter roupa específica", disse o mestre, empolgado, aos 68 anos de idade.

História

Seu Diô não se lembra quando surgiu o Samba de Coco no Mosqueiro.  A avó dele era quem cuidava das festas do bairro e do grupo muito antes de ele nascer. Logo depois, o pai assumiu e passou para ele a missão de manter a tradição. De lá para cá, são 48 anos. Atualmente, o grupo conta com 28 pessoas, com idade entre 10 e 78 anos. A maioria dos brincantes é da família dele e mora na região.

"A geração das crianças é importante para que o grupo nunca acabe. É o que a gente cultiva. O samba para mim é saúde, alegria e emoção. Eu me sinto muito feliz quando estou sambando. Aliás, eu e todos os componentes. Às vezes, a gente inventa uma apresentação aqui mesmo só para sambar. O grupo é unido e muito tranquilo", contou.

No Samba de Coco a marcação é bem firme, feita através de sapateados e das palmas. O ‘tirador de coco' puxa os versos, que são respondidos em coro pelos outros participantes. Os versos são caracterizados pela informalidade. "É muito bom. Quando escuto a pisada, já quero sambar. E olhe que eu não sabia sambar, aprendi com minha prima faz um ano. Aqui, é só coisa boa", disse a esposa de seu Diô, Niralda Maria, conhecida como dona Nazinha.

Programação

O Festival ocorrerá nos dias 22 e 23 deste mês, no Centro Cultural de Aracaju, na praça General Valadão. Os grupos folclóricos vão percorrer algumas ruas do Centro, em cortejos festivos, e se apresentarão em uma arena em frente ao Centro (antiga Alfândega). O evento também contará com palestras, ações educativas, rodas de conversa, feirinha de cordéis, artesanato, comidas típicas, exposições e exibições de curtas.