Fundat contribui com discussões em seminário de Políticas Públicas para população em situação de rua

Formação para o Trabalho
01/09/2017 21h03

Disposta a contribuir com a inclusão social de grupos vulneráveis, a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) marcou presença no segundo dia do Seminário de Construção da Política Municipal de Atenção Integral à População em Situação de Rua, realizado na manhã desta sexta-feira, 1º, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Sergipe (OAB-SE).  O encontro foi aberto ao público, porém direcionado aos integrantes da rede intersetorial de atendimento com o objetivo de buscar saídas e formas de assistência a essas pessoas. O primeiro dia do seminário ocorreu na última quinta, dia 31, voltado para os profissionais que trabalham diretamente com a população em situação de rua.

Conduzindo a composição da mesa do evento, a vice-prefeita e secretária da Assistência Social de Aracaju, Eliane Aquino, convidou várias entidades sociais e órgãos públicos para dar contribuição a respeito da temática abordada. “Eu e o prefeito Edvaldo Nogueira estamos trazendo uma nova forma de cuidar da nossa cidade e esse cuidado se dá quando olhamos para todos e as pessoas em situação de rua fazem parte da sociedade”, reforça a prefeita, salientando que apesar das dificuldades ainda enfrentadas na reestruturação da Prefeitura, o trabalho de inclusão social continua sendo desenvolvido.

 “O que já estamos fazendo, queremos que seja feito com muita verdade porque desejamos que vocês [população de rua] sejam incluídos. Nenhum momento é construído sem a participação de vocês. Poder ouvi-los, saber da vivência e do dia-dia de cada um, permite melhorar o nosso trabalho. então, sintam-se parceiros nessa construção. “Ninguém trabalha sozinha, vocês são parte da sociedade, finaliza Eliane.

Representando o presidente da Fundat, Luiz Roberto Santana, a diretora de Empreendedorismo e Cooperativismo, Rosana Amaral, agradeceu a oportunidade de participar do evento e poder falar sobre as propostas que a Fundação tem para colaborar com o debate. “Estarmos juntos aqui revela uma intensa soma de esforços que certamente culminará na implantação de uma sociedade mais igualitária e justa. Se cada um de nós nos unirmos, e o poder público colocar em pauta tudo aquilo que ele pode oferecer, estaremos mais perto de alcançar a justiça social”, acredita Rosana, valorizando a importância de momentos como esse. “Mais uma vez reforço que estamos aqui para somar, ficamos felizes de contribuir”, acrescenta a diretora.

Logo após, houve uma mesa redonda intitulada "Nós na Rua" e teve como mediadora, Jadir de Moraes, da Fiocruz, e os facilitadores foram o Dr. Antônio Nery Filho PHD. Fundador e Coordenador geral do CETAD Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, e Suely Oliveira, do Movimento Popular da População de Rua. As atividades seguiram até o período da tarde com a montagem de grupos de discussão que levantaram questões pertinentes aos direitos e à reestruturação da cidadania da pessoa em situação de rua.

Educação e Renda

Um dos grupos, denominado Educação e Renda, teve a participação da Fundat, através da diretora Rosana Amaral, entre outros órgãos, instituições  e pessoas interessadas no assunto. Durante a conversa, foram expostas dúvidas, dificuldades, inquietações e possíveis soluções a respeito da inserção do público de rua na educação e no campo profissional. “A Fundat trabalha com duas vertentes que são muito importantes: a capacitação profissional e a geração de renda. O essencial é buscarmos ouvir nesses encontros os anseios dessas pessoas para tomemos medidas baseadas em suas necessidades”, explica Rosana.

Ela também ressaltou que fundamental desenvolver um olhar especial e mais sensível ao tema. “Precisamos continuar estudando as necessidades deles para saber o que precisamos fazer com mais urgência em benefício desses cidadãos. A Fundat está de portas abertas, queremos continuar discutindo esse assunto e sobre como podemos fazer um trabalho diferenciado e com qualidade para esse público”, salienta.

A discussão também levantou pontos relevantes, referente à abertura de canais que facilitem o acesso do morador de rua às oportunidades de mudança de vida. “Na rua tem muito profissional, artista e pessoas que a sociedade gostaria de conhecer, temos que buscar parcerias e o resgate social”, afirma Clodoaldo Santos, ex-morador de rua, revelando as adversidades de quem vive lá. “A rua machuca muita gente, ela é covarde, o povo de rua precisa de atenção, eles tem que se capacitar e ingressar”, diz.