Assistência promove debate sobre igualdade racial com usuários do Centro Pop

Assistência Social e Cidadania
20/09/2017 14h43

Implantada e construída de maneira tão diária e imperceptível, a discriminação racial tem sido um fator determinante quando o assunto é preconceito social e econômico que hoje coloca pessoas brancas em posição de privilégio e pessoas negras em posição de desvantagem. Para falar sobre as políticas públicas de igualdade racial promovidas pela Prefeitura de Aracaju, a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju, através da Diretoria de Direitos Humanos, realizou na manhã desta quarta-feira, 20, uma roda de conversa com usuários do Centro Pop. 

O coordenador de Equidade Social da Assistência, Paulo Victor Melo, entende que é preciso combater este mal social por todos os meios. “Um cidadão que vive em situação de rua passa por uma série de preconceitos que não temos nem como separar do que ele está sendo vítima. Mas, falando da questão racial em si, podemos observar que a maioria dessas pessoas é negra. Refletir sobre estes tópicos é importante para que possamos entender o que é racismo e como ele segrega a nossa sociedade”, explicou. 

Para a coordenadora do Centro Pop, Laís Almeida, a parceria com a Diretoria de Direitos Humanos tem rendido boas discussões junto aos usuários. “Estamos buscando promover ações conjuntas, como ciclos de diálogos como atividades educativas. Nossa aposta é trazer, sempre depois do café da manhã ou pelo menos três vezes na semana, assuntos relevantes para a vivência com esta população. Hoje, o Centro Pop possui cerca de 200 prontuários ativos, a maioria de negros e pardos, e que muitas vezes não se reconhece como tal. É preciso empoderá-los e esta será a primeira de muitas intervenções”, ressaltou.

Em Aracaju há cerca de dois meses, o mecânico Nailson Ferreira saiu do interior de Alagoas para tentar a vida na capital sergipana. Na esperança de uma vida melhor, ele acabou parando nas ruas, mas, encontrou no Centro Pop a oportunidade de conseguir acesso a outros serviços que podem encaminhá-lo para a tão desejada recolocação no mercado de trabalho. Como negro, ele acredita que a desconstrução do racismo o ajuda a se entender no mundo. “Muitas vezes é preciso sair da zona de conforto e procurar sair do pensamento pequeno para conseguir crescer. Minha cor não deve determinar o que eu vou ser na vida”, disse.