Programa Famílias Fortes transforma destino das famílias aracajuanas

Assistência Social e Cidadania
21/09/2017 17h18

A despeito de todos os ataques sofridos pela instituição familiar, quando há disposição dos integrantes, esse elo tem um poder de regeneração impressionante. A tarde desta quinta-feira, 21, marcou o último encontro do programa Famílias Fortes no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Risoleta Neves, equipamento da proteção social básica, mantido pela Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju. 

O programa Famílias Fortes, que é trabalhado de forma intersetorial e, nesta edição, contou com a presença de técnicos da Secretaria de Saúde e de Educação e da Guarda do Município, tem o objetivo de dialogar com as mais diversas modalidades de família em sete encontros semanais, estimulando o vínculo entre os entes e dando apoio na resolução dos problemas próprios de cada núcleo familiar.

Shaúna Freire, coordenadora do Cras, acredita que o programa Famílias Fortes trata diretamente com uma das maiores dificuldades que os grupos familiares enfrentam: a falta de diálogo. "Trabalhamos com nove famílias durante esse tempo e o nosso papel é orientá-los sobre como lidar com as crianças e adolescentes nesse ambiente de vulnerabilidade social que eles vivem. Esses jovens precisam de fato absorver valores importantes, mas, ao mesmo tempo, saber se defender e se colocar quando estiverem em situações de risco. Conversamos também sobre como agir em situações de grande estresse, para que as palavras ditas em um mau momento não sejam decisivas para uma ruptura de vínculos".

Daniele Ribeiro é redutora de danos da Secretaria de Saúde de Aracaju e participou de todas as reuniões do programa Famílias Fortes nessa edição. Para ela, o progresso do trabalho se assemelha a um plantio de árvores. "As famílias relatam que a partir dos encontros estão conseguindo ter uma relação melhor e estão superando as dificuldades. Esse resultado não é mágico nem acontece do dia para a noite, mas sim de forma gradual, quando vamos plantando sementinhas de boas práticas em cada família e regando com afeto, cuidado e atenção, para que mais na frente os frutos de sorrisos, boas relações e felicidade sejam colhidos no quintal de cada família".

Às vezes, uma semente plantada pode demorar um pouquinho para florescer, mas é só adubar corretamente, revolver um pouco a terra e ter paciência que as primeiras, pequenas e lindas flores começam a aparecer. Essa é a história da família de Gildete Correia, que veio participar do Famílias Fortes porque já não sabia mais como agir com Thiffany, sua segunda filha, de 12 anos. Com os olhos marejados ela conta sobre sua motivação para ingressar no programa. "Eu sempre tive muito medo que os meus filhos dessem para um caminho que não presta, da desonestidade e bandidagem, e eu vinha percebendo que minha filha estava começando a andar com pessoas que têm posturas que não me agradam. Corri para as meninas do Cras para pedir ajuda e dessa forma soube do programa que era realizado aqui. Trouxe a minha menina e desde então a nossa relação tem mudado para melhor. Ela já não anda com aquelas amizades que me preocupavam e está uma bênção em casa. Eu digo a quem quiser ouvir: o programa Famílias Fortes transformou a realidade da minha família".

Thiffany Correia quer ser veterinária quando crescer e já vislumbra um novo futuro, através da educação. "Eu sei que preciso estudar muito para alcançar o que eu quero, mas eu vou fazer isso. Amo os animais e o meu maior desejo é protegê-los e ajudá-los em qualquer situação. Quero também continuar vindo para o Cras para aprender mais coisas como as que me ensinaram durante esse tempo. Lá em casa a nota do nosso relacionamento antes era cinco, mas agora já pulou para nove e eu quero muito que chegue em 10".

O próximo momento do programa é de monitoramento das famílias, que receberão visitas regulares para a comprovação da mudança de postura dos integrantes e para a colheita de mais frutos e sorrisos.