Projeto da Saúde leva orientações a adolescentes

Agência Aracaju de Notícias
10/10/2017 08h50

A adolescência é aquela fase da vida cheia de descobertas e de muitas dúvidas em relação aos mais diversos assuntos. Quando há uma orientação adequada, é mais fácil passar por essa fase, rompendo tabus e fazendo as escolhas certas. Com esse objetivo nasceu o projeto ‘Precisamos falar sobre isso', desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde, em que uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) visita escolas promovendo atividades sobre os mais diversos assuntos.

A psicóloga Denise de Souza, idealizadora do projeto, explica que a ideia surgiu a partir da percepção de que os adolescentes são um público não contemplado em nenhum espaço de saúde mental. "A ideia era acolher, fazer com que eles tivessem acesso a serviços de saúde a partir da escola. Então, o ‘Precisamos falar sobre isso' é pra falar de saúde, de cidadania, e dar a possibilidade de esse público de adolescente ter acesso à saúde", conta.

Denise também explica que o primeiro passo é a visita à escola pela equipe do Nasf, que é composta por psicóloga, fisioterapeuta, nutricionista e fonoaudiólogo, para saber quais as principais demandas do lugar e definir qual tema será abordado. "Conversamos com a coordenação sobre qual é o perfil dos adolescentes, de onde eles vêm, quem são essas pessoas com as quais a gente vai trabalhar e quais são as principais demandas da escola, para poder direcionar o projeto mais especificamente".

Uma das unidades de ensino que recebeu o projeto foi a Escola Estadual Monteiro Lobato, no bairro Inácio Barbosa. Uma turma do 9° ano participou do encontro e teve a oportunidade de tirar dúvidas sobre várias particularidades que abrangem a sexualidade: descoberta do próprio corpo, masturbação, prevenção de DST's, transexualidade e empoderamento feminino. Um jogo de perguntas e respostas foi aplicado pela psicóloga onde os estudantes sorteavam as perguntas e iniciavam os debates.

Leandro Dias, de 17 anos, participou do encontro e avaliou como positivo. "Foi bem interessante, principalmente para quem não entende muito sobre o assunto, para se informar mais. Acho necessário que aconteça mais vezes pra que a gente debata mais o assunto, pois sempre temos dúvidas". Já Wilson Borges, também de 17, conta que aproveitou o dia para esclarecer as dúvidas. "Foi muito informativo. A maioria das coisas eu já sabia alguma coisa a respeito, mas sempre é bom reforçar o pouco que já se conhece".

A diretora da escola, Noirete Rocha, conta que os alunos se interessaram bastante pelo encontro. "Os meninos estavam ávidos para aprender, tanto é que não faltou ninguém. Para a escola é um ganho imensurável, tanto na parte pedagógica, quanto cultural. Para eles, que estão em busca de saber o porquê das coisas, essas parcerias são muito bem-vindas, porque é tudo muito bem explicado".

O projeto também já foi aplicado na Emef Presidente Nelson Mandela, no conjunto Médici. No total, o encontro contou com a participação de 78 alunos, de 14 a 17 anos, além dos professores. O tema abordado também foi sexualidade, devido ao alto número de gravidez na adolescência registrado na unidade de ensino. A partir do tema norteador, que é decidido junto com a coordenação, são desenvolvidos os tipos de atividades mais adequadas à realidade da escola. Os critérios levados em conta são particularidades como o bairro em que está localizada e idade dos alunos.

Com muitos temas ainda a serem tratados, o projeto seguirá com as atividades. "Precisamos falar sobre suicídio, transtorno mental, violência. Precisamos falar de vida, de escolhas, precisamos ainda falar sobre muitas coisas", conta Denise. "O objetivo principal do serviço é dar aos adolescentes a possibilidade de acesso à saúde, dar voz, proporcionar que essas pessoas sejam sujeitos, autônomos da sua própria história, da sua própria vida", finaliza.