CTA Itinerante integra ações pelo Dia do Servidor e vai à UFS

Agência Aracaju de Notícias
17/10/2017 11h17

Para integrar as ações pelo Dia do Servidor Público, comemorado no próximo dia 28, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), se uniu a equipes da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e levou à instituição de ensino o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante, núcleo que integra o Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), onde é possível ter acesso, de forma prática, aos diagnósticos de hepatites (B e C), HIV/Aids e sífilis, através de testes rápidos. 

Entre o vai e vem de servidores e estudantes, a van verde chamava a atenção na entrada do prédio da Reitoria. Durante toda a manhã, a equipe do CTA Itinerante esteve a postos para atender aqueles que desejaram, sobretudo, cuidar da saúde. De acordo com Débora Oliveira, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais, a parceria com a UFS é bastante positiva, tendo em vista que na universidade transitam principalmente jovens, um dos principais alvos da ação.
 
“Viemos a convite da UFS, mas esse é um trabalho que já desenvolvemos durante todo o ano, desde 2013. Nós temos o CTA fixo, que fica no Cemar do Siqueira Campos, mas com o nosso veículo nós conseguimos chegar mais próximo das pessoas que não acessam o serviço de saúde. Levamos o CTA não só para as universidades, mas para feiras, escolas, empresas e, principalmente, para até as populações que são consideradas pelo Ministério da Saúde como as mais vulneráveis, como profissionais do sexo, homossexuais, travestis e trans”, explicou Débora. 

Segundo Guacira Fraga, enfermeira e coordenadora da Divisão de Assistência ao Servidor da UFS, a parceria entre a instituição e o órgão municipal só soma. “Nosso intuito era fazer justamente um dia da saúde para o servidor, então, juntamos diversos serviços, inclusive o CTA. Esse serviço desenvolvido pela Secretaria da Saúde se faz muito importante porque, no caso da UFS, por exemplo, alguns servidores podem ter algum tipo de doença sexualmente transmissível e nem se dá conta. Então, procuramos fazer essa parceria para trazer o serviço para mais perto. Com o CTA, além dos testes, tem informações, o que torna a ação ainda mais interessante”, considerou. 

Nessa iniciativa, o Rotary Club de Aracaju também fez questão de participar. “O Rotary, na sua conjuntura, tem o objetivo de construir uma sociedade com maior bem-estar, com boa saúde, então nos unimos à ação. Doamos 400 kits para a realização dos testes e, mais do que isso, pudemos contribuir com uma atividade de extrema necessidade para as pessoas em geral”, afirmou Alvanir Bonfim de Souza, presidente do Rotary. 

A enfermeira Marília Uchôa explicou as etapas do teste. “O teste em si é muito simples e, justamente por isso, decidimos torná-lo itinerante. Ao chegar, a pessoa preenche uma fixa com dados básico e depois, com uma pulsão, retiramos uma gota de sangue que serve para detectar tanto HIV/Aids, como também sífilis e as hepatites B e C, e o resultado sai em cerca de 20 minutos. Essa é uma oportunidade de ter um diagnóstico precoce, esse que é o nosso maior objetivo”, ressaltou. 

Durante a ação, muitos servidores e até alunos da universidade decidiram fazer os testes, como Ernest Renan, de 41 anos, e que é servidor da UFS há 16. “Eu sempre procuro cuidar da minha saúde, até porque sou casado e, como nunca fiz o teste, resolvi fazer. Acredito que seja uma maneira de me proteger e proteger também a minha esposa”, disse. 

Com 25 anos, Izaquel Alves dos Santos, é estudante e também nunca havia feito o teste e foi isso que o motivou a ir ao CTA Itinerante. “Quanto mais cedo a gente procurar saber o que tem e se tem, melhor. Tem um serviço que venha  até nós com certeza facilita, inclusive, já falei com alguns amigos para fazerem também”, afirmou. 

HIV/Aids 

Débora Oliveira destacou que uma das principais preocupação tem a ver com HIV/Aids. Somente na capital, mais de cinco mil pessoas têm o vírus e a maior população ainda está em jovens e tem crescido entre os homossexuais do sexo masculino. “Dentro do serviço municipal nós atendemos quase quatro mil delas, as outras são atendidas no Hospital Universitário ou em rede particular, mas, o nosso desejo é que as pessoas se cuidassem e evitassem a doença com o uso da camisinha. Chegarmos a escolas e universidade se faz necessário justamente por isso. Vemos que o uso da camisinha ainda está muito banalizado, e isso é bastante preocupante”, frisou a coordenadora. 

Segundo Débora, o Ministério da Saúde trabalha com a prevenção combinada. “Além de orientar para o uso da camisinha também, em caso, por exemplo, de a camisinha estourar, a pessoa faz o uso da profilaxia pós-exposição (PEP) em que até 72 horas pode fazer e utilizar durante 28 dias e, claro, vai ter todo o seguimento. Nesse caso, o problema é que algumas pessoas fazem a PEP e não fazem o seguimento e, dessa forma, não adianta e nem é essa a proposta. A forma mais correta e simples é fazer o uso de camisinha”, ressaltou. 

Outra preocupação da equipe da SMS é a transmissão vertical, quando a mãe passa o vírus para o bebê. Nesse caso, campanhas são realizadas, inclusive, para que as mulheres façam a PEP nas unidades de saúde, quando as chances de transmissão caem em cerca de 90%. “Porém, orientamos sempre que o ideal é fazer o pré-natal e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Aracaju possuem todos os testes necessários para um bom acompanhamento”, completou Débora Oliveira.

Sífilis 

Neste mês de outubro, além do próprio Outubro Rosa, e o Dia do Servidor Público, a SMS tem ações voltadas para o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. Além de enfermeira, Marília Uchôa é a técnica responsável pela frente de combate à sífilis e reforçou a necessidade de se tratar sobre a doença. “Hoje, em nosso país, o número de crianças que nascem com sífilis ainda é muito grande. Para se ter uma ideia, 10% da população geral tem sífilis, que a gente chama de IST (Infecção Sexualmente Transmissível), e muita das vezes ela é uma doença, silenciosa, que não apresenta sintomas, apenas, por exemplo, uma ferida no órgão genital que não coça, não dói e some, mas a bactéria continua no sangue”, disse. 

A enfermeira afirmou ainda que o grande problema é quando a mulher grávida tem a doença, não trata e acaba transmitindo para o bebê. “Isso é o que a gente chama de transmissão vertical e essa criança nasce com sífilis congênita. Só em Aracaju, no ano passado, nós tivemos mais de 80 crianças que nasceram com sífilis congênita. É uma doença de fácil tratamento,feito nas UBS de forma gratuita, e que tem cura. É importante frisar a necessidade de se fazer o pré-natal e que os parceiros também se tratem”, explicou.