Centro Cultural de Aracaju: três anos preservando a cultura do povo aracajuano

Cultura
20/10/2017 08h42

A política de ocupação do Centro Cultural de Aracaju, planejada pela Prefeitura de Municipal, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), que administra a unidade, abriu ainda mais as portas do espaço criado par abrigar as manifestações culturais do aracajuano. O xodó da cultura aracajuana, como vem sendo considerado pelos produtores e agentes culturais de Aracaju aquela unidade, completa nesta sexta-feira, 20, o terceiro ano de existência. 

Há três anos a unidade vem contribuindo com a cultura popular e contemporânea da capital sergipana com a realização de eventos, cursos, exposições, apresentações musicais, mostra audiovisuais e com um grande acervo de livros de escritores sergipanos.

Instalado no prédio da antiga Alfândega de Aracaju, no marco zero da cidade, o projeto de sua criação foi iniciado ainda na gestão do prefeito Edvaldo Nogueira. Em 2014, o Centro foi inaugurado com a proposta de oferecer à comunidade um espaço de disseminação cultural e fortalecimento dos aspectos culturais da cidade considerada a bela mais charmosa do Nordeste.

Agora, em 2017, os agentes de cultura sentem, de fato, a importância do Centro Cultural enquanto instrumento de valorização da cultura. Administrado pela Funcaju, o centro potencializou as atividades desenvolvidas pela fundação, sendo transformado em um espaço mais dinâmico e que atende as necessidades daqueles que tem compromisso com a cultura.

“Aqui nós tínhamos um espaço pouco explorado. Em nossa gestão, apesar das dificuldades enfrentadas por conta da crise econômica financeira, que todo país está passando, estamos reconfigurando o Centro Cultural através de ações e projetos democratizam cada vez este espaço e enche a praça General Valadão. Estamos tocando vários projetos aqui com o objetivo de tornar as pessoas mais próximas de sua cultura e das suas tradições”, observa o presidente da Funcaju, Silvio Santos.

Tradição cultural 

Aracajuanos e turistas respiram cultura e grande parte das iniciativas é feita no Centro Cultural, que também tem salas que são cedidas a outras fundações e órgãos públicos e privados, que buscam locais para realização de eventos. É também uma fonte de conhecimento e estudo, recebendo anualmente cerca de 150 turmas de estudantes do ensino fundamental, médio, superior e pesquisadores.

De acordo com o professor do curso de Gestão de Turismo do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Jaime Barros Neto, um Centro Cultural é essencial para toda cidade, principalmente para aqueles que preservam as suas tradições e enaltecem a cultura local. “São espaços de memórias e de resgate de cultura. Então, é primordial um Centro como este. Principalmente na questão de fortalecimento da identidade do povo através de suas iniciativas. Aqui, por exemplo, temos dois eventos semanais que vem ganhando cada vez mais destaque como o Quinta Instrumental e o Ocupe a Praça. É isso que as pessoas e os artistas precisam”, disse.

“Aqui é um dos principais prédios públicos do município que tem como obrigação de contemplar os artistas, produtores culturais e a população em geral. Então, a Funcaju, através de seu plano estratégico, pensou em dar vida ao local, e quando eu digo dar vida é trazer pessoas, artistas, movimentos culturais pra cá, que é justamente o que está acontecendo nesta nova gestão”, complementou o coordenador do Centro, Mário Alves.

Visitações

A cada ano o espaço bate recorde de público. Até setembro deste ano, mais de 3.500 pessoas já passaram pela antiga Alfândega. Os números são contabilizados a partir de um caderno de registro de visitas. Gente de toda parte do mundo passa pelo local todos os anos. O forte das visitas é durante os meses de dezembro (período de férias) e junho (festas juninas na cidade).

De acordo com o artista plástico, Joubert Moraes, Aracaju precisava de um espaço que une as características culturais de seu povo e cria ações que incentivam as pessoas a mergulharem no mundo da cultura. “Era o que realmente estava faltando. Esses projetos nos estimulam a sair de casa. Fiquei realmente encantado com a organização e a condução do evento que participei e da estrutura do local”.

Núcleo de Produção Digital

No Centro Cultural de Aracaju é possível encontrar desde pertences da época da colonização do Estado, onde eram guardados objetos valiosos em seus cofres, até mesmo espaços modernos como o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD), que hoje além de promover mostras de cinema ainda tem um papel importante na formação de público e na ocupação do Centro.

“Tanto para o NPD quanto para o Centro Cultural é de fundamental importância essa relação entre os dois instrumentos. Porque um acaba favorecendo o outro. O Núcleo, por exemplo, oferece no local exibições de filmes que retratam as questões sociais. Então, eu acho importante que esse Centro Cultural seja entendido como espaço contemporâneo, vivo e que sempre esteja movimentado de coisa que faça parte do nosso cotidiano”, destacou a coordenadora do NPD, Carol Westrup.

Sala da Cultura Popular, Museu Viana de Assis, Sala de Exposições e Oficinas, Teatro João Costa são algumas das suas instalações. Fazendo um tour pelo prédio o visitante se depara com obras de arte e exposições a exemplo do Carrossel do Tobias que ficará no local até 2020 e é um símbolo da cultura popular de Aracaju, antigo brinquedo que animou gerações entre as décadas de 1900 e 1980, que firma a sua contribuição com a preservação das memórias do povo sergipano.

O Centro Cultural de Aracaju é uma instituição que age em constante interação baseada na produção, difusão, recepção apropriação de bens simbólicos, firmando a sua missão social de enaltecer a cultura das terras das araras e dos cajus.