Prática artesanal estimula criatividade e promove bem estar

Formação para o Trabalho
31/10/2017 17h19

Exercitar a criatividade é uma das práticas que mais beneficia a mente e a alma, proporcionando um contato direto com a maneira singular que cada indivíduo possui de enxergar o mundo. Ciente disso, a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) acredita que a atividade artesanal, além de ser uma oportunidade de geração de renda, também funciona como um caminho terapêutico e ocupacional, estimulante do lado criativo.

Por esse motivo, foram oferecidos os cursos de Técnicas Básicas de Pintura em Tecido (30h), Técnicas Básicas em Arte em Feltro (30h), Técnicas Básicas em Bolsas Finas (30h), ministrados respectivamente nos parceiros Oratório Nossa Senhora Auxiliadora, Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC) e Casa Santa Zita. No total, 45 mulheres de várias idades concluíram as capacitações e foram certificadas.

No curso de Técnicas Básicas em Pintura em Tecido, a maioria da turma foi composta por idosas que frequentam o espaço em busca de uma forma de preencher o tempo disponível, desenvolvendo as habilidades manuais. "É muito importante para elas que muitas vezes moram sozinhas. Aqui, elas se juntam e podem fazer o trabalho em grupos", afirma a instrutora do curso de Técnicas Básicas em Tecido, Gileuza da Silva.

Segundo a professora, é fundamental que as participantes continuem investindo em algo que ocupe a mente e promova o bem-estar. "Trabalhamos a confecção de peças natalinas e infantis com os tecidos Oxford, pano de saco, além da pintura do nome delas em toalhinhas", conta Gileuza, artesã há mais de dez anos e ministrante pela quinta vez deste curso na Fundat.

Já a instrutora Daiane Rodrigues, 30, ministrou as aulas do curso de Técnicas Básicas em Feltro. Ela trabalha com artesanato desde 2014 e deu os primeiros passos na área sendo aluna da Fundat. "Algumas alunas são mães atendidas pelo GACC, outras são contribuintes voluntárias e as demais da comunidade, foi uma turma muito boa de trabalhar", diz Daiane, ressaltando a delicada realidade vivida pelas mulheres assistidas pela instituição. "Nos voltamos para a fragilidade da vida, entendemos melhor o respeito, a solidariedade, elas possuem um olhar mais humano e diferenciado. Esse curso serve como uma válvula de escape, terapia ocupacional, sem contar que pode gerar renda", conclui.

Para o supervisor do GACC, Fred Gomes, iniciar a parceria com a Fundat significa trazer ainda mais humanização no tratamento do câncer infanto-juvenil. "Com essa parceria, cuidamos não apenas do paciente, mas das mães e acompanhantes de cada um, proporcionando aprendizado e autoestima em um momento tão difícil. Potencializamos a criatividade fazendo com que se sintam são valorizadas", acredita Fred.

Artesanato como terapia

"Sou aposentada, moro sozinha e dou graças a Deus quando tem algo assim porque passo o meu tempo e é ótimo porque adquire conhecimento", relata dona Neilde Barroso, 81 e moradora do bairro Cirurgia. Aposentada como técnica em enfermagem há dez anos, ela está fazendo pela primeira vez um curso de artesanato. "Na minha idade, não posso ficar com a mente parada, tenho que manusear alguma coisa", revela Neilde, que também pratica crochê e deseja continuar aprendendo outros tipos de artesanato.

Silvânia Santos, 39, acompanha a afilhada de dois anos no tratamento contra o câncer no GACC. Ela decidiu participar do curso por conta da curiosidade em conhecer a técnica básica em feltro. "Foi ótimo, além de termos contato com a explicação da professora, fizemos amizades. Além de me ocupar com alguma coisa, aprendo algo e se eu quiser posso ganhar uma renda a mais", ressalta a aluna que tem vontade de produzir as peças e vendê-las.