A Prefeitura Municipal de Aracaju possui como meta a erradicação do analfabetismo na capital sergipana. Esta é uma prioridade da gestão da Secretaria Municipal da Educação (Semed), que iniciará intersetorialmente a implementação do projeto "Aracaju Alfabetiza", como política da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA) do município de Aracaju.
Na manhã desta quinta-feira, 16, a secretária municipal da Educação de Aracaju, Cecília Leite, reuniu-se, junto à diretoria de Educação Básica, com representantes da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), Secretaria Municipal da Assistência Social, instituições de ensino superior e Conselho municipal da Educação de Aracaju (Conmea) para discutir o assunto.
O objetivo é que o projeto seja iniciado em 2018, alfabetizando 500 Jovens e/ou Adultos a partir de 15 anos, na cidade de Aracaju. A proposta é assegurar não somente o acesso, mas a permanência dos beneficiados com o programa no Ensino Fundamental, aplicando uma proposta pedagógica de formação continuada para EJA. As aulas não ficarão restritas ao período noturno e também ocorrerão nos demais turnos.
De acordo com a secretária da Educação, é preciso que a sociedade civil organizada, instituições de ensino superior e demais instituições andem de mãos dadas, pensando juntos como enfrentar o desafio da erradicação do analfabetismo.
"Nossa primeira ação é firmar parcerias, é o que estamos fazendo. Esse é o primeiro de muitos encontros e certamente a cada um teremos mais parceiros se comprometendo a andar ao nosso lado nessa construção e definindo conjuntamente o plano de ações. Além das secretarias parceiras, as universidades têm substancial importância nesse processo de identificar demandas e espaços, bem como contribuindo no ponto de vista acadêmico", ressalta a secretária Cecília Leite.
Ainda de acordo com Cecília, é preciso, também, capacitar e garantir a Formação Inicial e Continuada dos alfabetizadores docentes selecionados, no sentido de aprimorar a relação do processo de ensinar e aprender, nos princípios de inclusão, de equidade e de garantia dos direitos dos alunos cadastrados no projeto. Por isso a relevância da participação das instituições de ensino superior.
Para a coordenadora de Jovens e Adultos da Semed, Izabel Cristina Santos, trabalhar a intersetorialidade é uma marca da atual gestão. "Isso nos propõe avançar nas ações. Estamos agindo a partir das diretrizes do Plano de Governo. Hoje, tivemos esse primeiro momento e certamente no próximo encontro desenharemos juntos a estrutura da ação para que de fato a gente alcance uma gestão de resultados positivos", explica.
Parcerias
O diretor da Educação Básica da Semed, Manuel Prado, explica que serão utilizados os dados do IBGE, o banco de dados do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único para obter os melhores resultados, sobretudo nos territórios com maiores índices de vulnerabilidade. Ele ressalta ainda a necessidade de contar com o apoio de diversas instituições. "Importantes parceiras contribuirão como a Secretaria Municipal da Saúde, por meio do trabalho de busca ativa dos agentes de saúde, a Secretaria Municipal da Assistência Social com o cadastro de moradores de rua do Centro POP, os assistentes sociais dos CREAS e os educadores sociais dos CRAS, além dos presidentes das associações de bairros", ressalta.
Assessor da diretoria de Formação Profissional, Rodrigo Santos, acredita que o trabalho conjunto dará resultado. "É uma demanda que a população precisa, porque muitos jovens estão fora das escolas. É um projeto grandioso, tem o olhar aguçado da Prefeitura de Aracaju, que tem trabalhado de maneira a identificar e atingir esse público. Nós, que conhecemos a realidade de Aracaju em relação a cursos, sabemos que o que oferecemos em relação à qualificação na Fundat junto com a Secretaria Municipal da Educação no projeto de jovens e adultos dará muito certo", afirma.
A coordenadora do curso de pedagogia da Faculdade Pio X, Elis Regina Nunes, enaltece a iniciativa de promover essa união de forças. "A Semed está de parabéns, nós realmente precisamos trabalhar e entrar na discussão do analfabetismo. Esse é um compromisso social também das instituições de ensino superior. As universidades precisam assumir a responsabilidade e não vendar os olhos", defende.
Representando a Secretaria Municipal da Assistência Social, Maria do Socorro Lobato, ressalta a importância de pensar políticas públicas que alcancem a necessidade da população, tendo em vista o alto índice de analfabetismo. "Realmente precisamos chegar onde essas pessoas estão e com elas trabalhar. Trabalhando em grupo, a chance de atingir as famílias é bem maior, por isso, parabenizo a Semed e a secretária Cecília Leite. Intersetorialidade não é tarefa fácil, mas definindo o papel de cada um poderemos garantir o fluxo, o cumprimento das demandas e seus direcionamentos", explica.
