Secretaria da Educação discute políticas públicas com representantes de entidades do Movimento Negro

Agência Aracaju de Notícias
17/11/2017 17h50


Discutir as demandas do Movimento Negro relacionadas à Educação do Município de Aracaju. Esse foi um dos objetivos da reunião realizada nesta sexta-feira, 17, na sede administrativa da Prefeitura de Aracaju. Na oportunidade, foram discutidas propostas que foram colocadas na 3ª Conferência Municipal de Igualdade Racial que ocorreu no mês de setembro e teve a participação de mais de 230 pessoas, além da Regulamentação das Leis Federais 10.639/2003 e 11.645/2008 no município de Aracaju que tratam da obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira, africana e indígena nas escolas brasileiras.

Segundo a secretária da Educação, Maria Cecília Leite, a lei indica também a obrigatoriedade da educação para as relações étnico-raciais.  “É importante reconhecer e valorizar as diferentes identidades que formam o nosso país. Essa valorização parte também do ambiente escolar porque quando a gente é educado para compreender essas diferenças e tornar essas diferenças um pouco nossas, elas não se tornam ameaças, elas se tornam forças e potencialidades de um povo”, destacou.

Para a representante da Sociedade Omolàiyé, Sônia Oliveira, a reunião foi muito produtiva. Ela destacou a iniciativa da Prefeitura em querer dialogar com os movimentos para estabelecer uma política afirmativa para população negra no quesito educação. “A gente entende que o início desse fantasma do racismo institucional começa a ser desmistificado. Ouvir, planejar e agir são metas que precisam acontecer em uma velocidade urgente porque a gente tem políticas implementadas desde 2003 e as gestões anteriores não tiveram compromisso com essas políticas.  A gente tem mais de 51% da população assumidamente parda ou negra e não existe uma política específica para essa população”, afirmou.


O coordenador de Promoção de Equidade da Secretaria da Assistência Social, Paulo Victor, ressaltou a importância de se discutir políticas públicas com a participação social. “As pessoas que vivem em Aracaju têm o que dizer sobre as questões da cidade, pois elas vivem nesse chão. A gente não quer construir política pública, por exemplo, na área da Igualdade Racial, sem ouvir as pessoas que sofrem o racismo na escola ou que têm dificuldade para acessar o mercado de trabalho. Não podemos ignorar a contribuição das pessoas. Esse diálogo permanente é importante e será a tônica da gestão nos próximos quatro anos”, colocou.

Presenças

Participaram da reunião representantes da Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped), da Coordenadoria de Arte-educação (Coarte), da Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria da Assistência Social e da Entidade do Movimento Negro.