Estudantes celebram Semana da Consciência Negra com atividades diferenciadas

Educação
21/11/2017 18h39

Conscientes do papel da educação como instrumento fundamental na luta contra o preconceito e a discriminação, nesta semana em que é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra várias escolas da rede municipal realizaram atividades em celebração à data. A cultura africana e a história dos afrodescendentes estão sendo trabalhadas com os estudantes desde o início do mês de novembro, através de atividades artísticas, oficinas e diferenciadas ações promovidas por cada escola. Essas ações e parcerias são estimuladas pela Secretaria Municipal da Educação (Semed) por meio da coordenadoria de Políticas para Diversidade (Coped) e coordenadoria de Arte para a Educação(Coarte).

Criatividade e aprendizado de forma divertida foram artifícios bastante comuns entre as escolas nas referências ao tema. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Olavo Bilac, localizada no bairro Cidade Nova, por exemplo, serviu aos alunos uma feijoada para lembrar a cultura gastronômica africana. Na Emef Núbia Marques, do bairro Coroa do Meio, a confecção de cartazes pelos alunos encheu de orgulho os professores. A representação de danças típicas e da capoeira embalou a compreensão da cultura africana nos alunos da Emef Ministro Geraldo Barreto Sobral, do Loteamento Pau Ferro. 

Sétima arte como aliada

Na Emef Tenisson Ribeiro, localizada na Zona de Expansão, foram exibidos filmes que despertam a reflexão para assuntos como a discriminação racial e o respeito, seguidos de debate sobre os temas. O diretor da Emef, Nivaldo Cunha, explica que a escolha das obras foi adequada à idade de cada turma.

"Para os maiores, exibimos a animação africano Kiriku e a Feiticeira. O enredo conta a história de uma lenda africana de um herói que salvou toda sua aldeia do mal, mostrando aos alunos sobre as vestimentas, as funções de cada um na tribo e os costumes culturais. Já para os menores, passamos A Princesa e o Sapo, uma história da Disney que fala, através de fácil entendimento, sobre a questão étnica, a valorização do negro e a importância do respeito às diferenças", relata o diretor Nivaldo.

Variedade de ações

Da Emef Florentino Menezes, a diretora adjunta Débora Maia afirma que a escola tem realizado variadas ações. Nesta quarta-feira, 22, haverá apresentações de capoeira e ensinamentos sobre a culinária afrodescendente. "Na semana passada, tivemos a palestra Todo Cabelo é Bom, oficina de turbantes em parceria com a Unegro/SE e cada professor, em sala de aula, tem desenvolvido trabalhos como a construção de cartazes, pinturas e redações. Em uma sociedade com tanto individualismo a escola tem o dever e o poder de passar essas reflexões para que os estudantes adquiram bons valores, tenham a consciência de que somos todos iguais e construam uma realidade diferente", expressa a diretora.

Respeito e afeto

Na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Francisco Guimarães Rollemberg, as crianças vêm participando de ações em alusão ao Dia da Consciência Negra desde o último dia 13. Trabalhando o conteúdo do livro educativo Os Cabelos de Lelê, a professora Fabiana Delfino e seus alunos elaboraram, entre outras atividades, um retrato para evidenciar a beleza do cabelo negro. De acordo com ela, essas atividades fortalecem o sentido da data, mas o trabalho de educação para a conscientização da valorização negra e ao respeito, de forma geral, vem sendo realizada desde que iniciou seus trabalhos na Emei.

"Há dez anos, desde que cheguei aqui na escola, promovo todos os dias dez minutos de rodas de conversa e cada dia abordo um tema diferente. Entre os assuntos, já foram trabalhados diversas vezes assuntos relacionados à necessidade de respeito às diferenças, a cor do cabelo ou da pele e o aprendizado de que somos todos iguais. Falo para eles que todos temos o mesmo tipo de coração e de sangue, por baixo da pele somos os mesmos", conclui a professora Fabiana.

Dia da Consciência Negra

Celebrado em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra faz alusão à data da morte de Zumbi dos Palmares. O negro guerreiro foi o último líder do maior dos quilombos no período colonial, o Quilombo dos Palmares. A data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional, após mais de 30 anos de prestígio por ativistas do movimento negro. Em 2011, a Lei 12.519 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.