Mobilização contra a exploração sexual e do trabalho infantil aborda turistas no aeroporto Santa Maria

Assistência Social e Cidadania
01/12/2017 17h02

Ao desembarcarem no salão de chegada do aeroporto Santa Maria no início da tarde desta sexta-feira, 1º de dezembro, turistas e sergipanos foram recepcionados por uma mobilização realizada pela Secretaria Municipal da Assistência Social sobre o combate a exploração do trabalho infantil. Em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a ação será realizada de dezembro deste ano a janeiro de 2018, com uma série de atividades no hall do aeroporto, por meio da distribuição de materiais gráficos como panfletos, folders, cartazes e exibições de vídeos informativos nos aparelhos de TV nas áreas comuns de embarque e desembarque. 

Conscientização. Esta é a palavra-chave da iniciativa, segundo a vice-prefeita e secretária municipal da Assistência Social, Eliane Aquino. “Precisamos que as pessoas tenham mais conhecimento sobre o tema e reflitam sobre não sermos omissos. É de fundamental importância que lutemos contra o silêncio que envolve os casos de abuso sexual contra a criança e o adolescente pois, silenciando, podemos acabar consentindo um ato criminoso contra aqueles que acabam não tendo como se defender. Queremos que os nossos turistas cheguem ao nosso Estado sabendo que não compactuamos com a exploração sexual e estamos lutando para combatê-la”, ressaltou.

Ao som do grupo Lateiros Curupira, a população local e turística foi abordada pela equipe da Proteção Especial da secretaria. De acordo com a assistente técnica da Proteção Social, Lorena Magno, o assunto tem que ser discutido por todos. “A secretaria vem trabalhando para desempenhar o papel de educar a sociedade, seja ela sergipana ou não. Este já é um projeto realizado desde o início do ano para garantir os direitos dessas crianças e adolescentes e vamos seguir com intervenções como estas até o final da gestão”.

Karina Nunes é sergipana de Pinhão, cidade do sertão sergipano, mas há mais de 12 anos reside na cidade de Santos, região litorânea de São Paulo. Recém chegada ao estado para passar as festas de final de ano com a família, ela aprovou a atitude da Assistência. “Tem muita gente que ainda explora criança pela certeza da impunidade e é por isso que precisamos tomar providências. A gestão pública precisa ser mais enérgica, com mais campanhas educativas como esta, para fazer com que este mal se acabe”, salientou.

Já o empresário paulista, Benedito Souza, a passeio na capital, aproveitou para fazer um apelo para a sociedade. “O homem muitas vezes esquece que é um ser humano e acha que pode tudo, mas isso é errado. Uma campanha como esta vem para esclarecer e mostrar para as pessoas este grande mal que é a exploração de seres indefesos, que precisam da nossa tutela para crescerem em um ambiente saudável. Vamos todos abraçar esta causa”.

De acordo com dados divulgados pelo Disque 100 - Disque Denúncia, entre os anos de 2012 e 2016 o Brasil somou 175 mil casos de exploração sexual de crianças e adolescentes,  cerca de 4 casos por hora. Entre os anos de 2015 e 2016 os números se mostraram alarmantes, com a denúncia de 37 mil casos de violência sexual na faixa etária de 0 a 18 anos foram denunciados. Deste montante, 67,7% das crianças e jovens que sofrem abuso e exploração sexuais são do gênero feminino. A maioria dos agressores são homens (62,5%) e adultos de 18 a 40 anos (42%).

Com informações da Rede Brasil Atual