Alunos da Emef Sérgio Francisco participam da Oficina Calando a Boca do Racismo

Agência Aracaju de Notícias
06/12/2017 18h19

Pensando em trabalhar o racismo também com alunos do ensino fundamental maior, a Coordenadoria de Políticas Educacionais Para a Diversidade (Coped) da Secretaria Municipal da Educação (Semed) começou a desenvolver a Oficina Calando a Boca do Racismo nas escolas da rede municipal de ensino. A primeira atividade do projeto foi desenvolvida com os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maior (Emef) Sérgio Francisco da Silva, localizada no bairro Lamarão, zona Norte da capital, na tarde desta quarta-feira, 6.

A Coped já desenvolve o projeto Lápis de Cor com os alunos do ensino fundamental menor desde o início do ano e o objetivo da Oficina é a expansão do combate ao racismo com os alunos do 6º  ao 9º ano em 2018. Segundo Débora Souza, referência técnica da Coped, que está desenvolvendo as atividades diretamente com os alunos, a ampla discussão na mídia sobre o racismo despertou à Coordenadoria a necessidade imediata de implantação da Oficina.

“Identificamos que este é o momento ideal. Temos diversas formas de manifestação do racismo, mas essa oficina especificamente está focando nas palavras, ou seja, no discurso utilizado pelos racistas para agredir. Estamos trabalhando tanto as palavras pretensiosamente racistas, como aquelas expressões que são faladas no cotidiano e nem percebermos. Em substituição aos termos, passamos para os alunos uma visão de empoderamento, com o objetivo de desconstruir o discurso anterior, inserindo expressões positivas. Esse é um passo inicial para conseguirmos alcançar todos os alunos de 6º a 9º ano da rede municipal”, ressalta Débora.

Delma Araújo, diretora adjunta, explica que a Emef Sérgio Francisco, por exemplo, atua com um comitê que discute semanalmente as ações que podem ser realizadas para a melhoria da educação. “Costumamos analisar qual a maior necessidade dos alunos no momento e vamos buscando parcerias, como essa com a Coped. O assunto discutido nessa oficina é muito presente aqui e nós sempre buscamos trabalhar o preconceito, seja ele qual for. Por serem de uma comunidade carente, eles acabam se sentindo marginalizados e sofrem por isso. A problemática é que, ao mesmo tempo que sofrem, também reproduzem. Nós sabemos que a educação é um trabalho lento e a longo prazo, mas que se a gente for plantando, um dia a semente irá brotar”, afirma.

A aluna do 8º ano, Raíssa Silveira Barbosa, 15 anos, conta que esse não é um tema comum de discussão junto à família. “Apesar de nunca ter sofrido, já presenciei algumas situações de preconceito e, por isso, acho que essa oficina é uma ótima iniciativa. Percebo que nem todos os alunos daqui gostam de se comunicar com alguns colegas por conta do tom de pele e eu acho isso uma besteira porque todos nós somos iguais. Só vemos esse assunto sendo discutido através das redes sociais e da mídia, mas é na escola que precisamos ter uma oportunidade melhor”, explica.