Edvaldo: cortamos na carne para equilibrar as contas da prefeitura

Agência Aracaju de Notícias
02/08/2017 11h27

Prestar contas ao cidadão das ações da administração municipal e ouvir as demandas da cidade. Este tem sido o objetivo d o prefeito Edvaldo Nogueira que tem concedido, ao longo da semana, uma série de entrevistas a rádios sergipanas, nas quais e expõe, com transparência, como tem superado as dificuldades encontradas nestes primeiros sete meses. Um questionamento comum tem sido de que forma a atual gestão conseguiu tornar Aracaju a primeira capital do Nordeste em redução de despesas, mesmo diante da dívida de R$ 530 milhões herdada do governo passado.

“Para alcançar este índice de destaque nacional, foi preciso cortar na carne. Foi o que fizemos. Reduzimos todos os gastos possíveis: houve diminuição de despesas com custeio, com conta de água, de luz, de telefone, cortes em passagens, em diárias, em consultorias e redução expressiva no número de cargos comissionados. Foi para isso que os aracajuanos me elegeram. Estou cumprindo o meu compromisso: gerir a prefeitura com austeridade, com ética e com foco no servidor e na regularização da prestação dos serviços”, afirmou Edvaldo na manhã desta quarta-feira (2) à rádio Mix FM.

Ele explicou que a redução das despesas na ordem de 17% neste primeiro semestre permitiu pagar servidores e fornecedores em dia; regularizar a prestação de serviços, como a coleta do lixo, o atendimento na rede de saúde, com fornecimento de remédios, o funcionamento das escolas, garantida a merenda escolar, realização de operação tapa-buraco, a retomada de obras e o pagamento de parte das dívidas deixadas pela gestão anterior.

“Foi com os recursos economizados que conseguimos equacionar as contas. Em sete meses, pagamos R$ 630 milhões em salários aos servidores – sete salários da nossa gestão e dois que ficaram em aberto. Também pagamos R$ 180 milhões das dívidas deixadas pela gestão anterior. Os fornecedores da prefeitura estão com o pagamento em dia, o que tem permitido a coleta regular do lixo e o fornecimento de medicamentos e da merenda escolar. Também iniciamos obras, como a reforma e ampliação da Escola Municipal Carvalho Neto, primeira grande obra com recursos próprios da nossa gestão”, explanou.

Saúde

Ao colocar “ordem na casa”, diz Edvaldo, o próximo passo é iniciar “o processo de reconstrução efetiva na cidade”. “Na Saúde, queremos melhoria no atendimento, mais presença das equipes de saúde na casa das pessoas, disponibilização integral dos remédios, agilidade na marcação e realização de exames. Nós queremos que as unidades de saúde recebam bem o usuário, tratem bem, ofereçam um tratamento digno à população. Queremos também que os agentes façam a visita domiciliar para atender a esse paciente no que ele precisar (uma orientação, uma medicação). Queremos que o cidadão que chega à unidade tenha acessos aos remédios básicos. Isso vai ser feito aos poucos e de forma sólida”, detalhou ele durante a entrevista concedida na tarde da terça-feira (1º) na Aperipê FM.

Ainda sobre a melhoria dos serviços da Saúde, o prefeito anunciou a realização de um processo seletivo para contratação de 220 profissionais para diversas áreas (médicos, auxiliares, enfermeiros, atendentes) para suprir a demanda das unidades básicas de saúde. “Nós vamos fazer treinamento com essas pessoas para que elas possam oferecer um serviço com qualidade. Até o mês de outubro, a gente deve fazer esse processo seletivo”, disse. Ele também pontuou que é meta da gestão implantar o prontuário eletrônico e o controle de estoques, que darão maior efetividade no atendimento ao usuário.

Euclides Figueiredo

Tema recorrente das entrevistas, a situação da avenida Euclides Figueiredo também foi abordada pelo prefeito. Ele explicou que a prefeitura já está tomando medidas efetivas para solucionar os problemas da via. “O problema é estrutural, decorrente de um fato que independente da nossa vontade, que dura muitos anos, que a lama que desce do morro do loteamento Moema Mary e entope a rede pluvial. Mas já demo o primeiro passo na solução: iniciamos a obra de urbanização do loteamento Moema Mary, que inclui a construção de muro de contenção do morro. Ao mesmo tempo, estamos fazendo a drenagem e vamos recapear, ainda de maneira paliativa”, informou.

Edvaldo reafirmou o seu compromisso com a Zona Norte de Aracaju. “O prefeito que mais trabalha na região fui eu. Liguei a Ponta da Asa ao Goré, no Japãozinho; fiz as encostas da Getimana, fiz o Vitoria da Resistência. Nos próximos anos, vou terminar 100% da Zona Norte. Já comecei no Moema Mary, vamos elaborar o projeto do Jardim Bahia, enfim, iremos trabalhar ainda mais por estes locais que precisam muito da ação da prefeitura”, afirmou.

Retomada de obras

Em resposta a questionamentos de ouvintes sobre a situação de algumas localidades, como o bairro Santa Maria, o conjunto Marivan e o loteamento Pantanal, o gestor municipal lembrou que, ao encerrar o seu mandato anterior em 2012, deixou garantido cerca de R$ 240 milhões para a realização de 40 obras na cidade, que não foram encaminhadas pela administração passada. Neste sentido, o compromisso de Edvaldo é retomá-las.

“Pretendo retomar estas obras. Eu consegui recursos da ordem de 50 milhões com a Caixa Econômica para colocar como contrapartida de, pelo menos, 20 obras, que queremos reiniciar ainda neste ano. A gente aguarda a liberação final deste recurso”, informou. “Nós temos um recurso de quase R$ 8 milhões para terminar a obra do Marivan, que ficou empacada. Estou buscando o empréstimo da contrapartida. Há duas possibilidades: revogar o contrato e fazer uma nova licitação ou renegociar o contrato e retomar a obra. Vai depender da Caixa Econômica Federal, estamos em tratativas, buscando resolução. Eu quero crer que o mais rapidamente possível a gente retoma a obra”, afirmou.

Aumento da tarifa de ônibus

Edvaldo ainda falou sobre a possibilidade de reajuste da tarifa do transporte público na capital. Ele lembrou que, conforme se comprometeu com os aracajuanos, não concedeu aumento no primeiro semestre, como ocorreu na maioria das cidades brasileiras. Mas frisou que a tendência é por uma alteração no valor, para garantir o equilíbrio do sistema.

“Estamos estudando a possibilidade de aumento agora para o segundo semestre. Os empresários foram recebidos pelo superintendente da SMTT e querem um aumento de 29%. A SMTT vai fazer os cálculos com a equipe técnica, e nos vamos discutir ainda nesses 15 dias de agosto e definir esse reajuste, que será ate o final do mês. O que nós vamos discutir é o tamanho do reajuste. Tem que ter um equilíbrio. Que o sistema não pare, mas que não dificulte ou cause prejuízo a população”, salientou.