Reunião discute novos rumos para 4ª Conferência Nacional da Igualdade Racial

Assistência Social e Cidadania
04/08/2017 20h48

Aconteceu na tarde desta sexta-feira, 4, na Biblioteca Epifânio Dória, a primeira reunião aberta para a construção da Conferência Municipal de Igualdade Racial. Através da Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju, foram convocados representantes dos poderes municipais e estaduais, além de organizações, movimentos e sociedade civil, para discutir assuntos relacionados ao enfrentamento do racismo, conquista de direitos e o combate a intolerância e outras formas de discriminação.

O encontro teve como objetivo articular o debate para a Conferência Estadual e Nacional, que terá como tema “O Brasil na Década dos Afrodescendentes: reconhecimento, justiça, desenvolvimento e igualdade de direitos”. Tendo esta última data marcada para o segundo trimestre de 2018 em Brasília.

“Governo Federal já determinou que as conferências municipais devem acontecer até o final de setembro deste ano e a estadual em data a ser definida. Frente a isso, cabe a nós da Assistência, que temos uma coordenadoria específica de Igualdade Racial, organizarmos o evento aqui em Aracaju. Por entender que a iniciativa é uma conquista democrática, com participação da comunidade nas políticas públicas, pretendemos realizar cinco pré-conferências, de preferência em locais que sejam simbólicos para a questão racial ou que tenham alguma identidade com o povo negro da cidade”, explicou o coordenador de Promoção de Equidade da Assistência Municipal de Aracaju, Paulo Victor Melo.

O coordenador ainda explicou quais são os objetivos dos encontros. “São discussões políticas que fomentam a reflexão de fora para dentro da administração, reunindo as necessidades reais do povo negro e que podem vir desde a construção de leis específicas a aprovação de um fundo com verbas para implementação de projetos de igualdade racial. Quando falamos de acesso a bens culturais e riquezas, também estamos discutindo questões de raça.”

Política fora da caixa e das conversas em salas com ar-condicionado. Assim classificou Pedro Neto, representante da entidade Casa das Áfricas, sobre o mérito da secretaria em buscar o apoio da população. “É preciso dialogar com as entidades dentro de uma perspectiva de desconstrução do racismo. Muitas vezes achamos que o racismo está em uma ação individual, mas ela está arraigada em nossas estruturas, deixando os negros de lado em vários aspectos quando nos coloca de lado nas oportunidades que oferece. Por isso é tão importante estarmos aqui hoje e levarmos o debate adiante.”